Sem
estar diretamente relacionada com esta técnica, uma
vez que as pesquisas que deram origem a esta tecnologia não
se vincularam diretamente com o P&D, a Agricultura de
Precisão que foi apresentada no Brasil há cerca
de cinco anos, está se transformando em mais uma ferramenta
para auxiliar no processo de melhoria dos resultados do plantio
direto, uma vez que ela vem auxiliar no gerenciamento das
lavouras.
O
conceito da agricultura de precisão de avaliar a produtividade
por área (talhão) resulta na melhoria de produtividade
e da rentabilidade por hectare uma vez que a partir dos seus
resultados o produtor poderá, na safra seguinte fazer
uma série de correções tanto na aplicação
de corretivos de solos como na hora de semear. Mas segundo
o agrônomo e coordenador do Projeto Aquarius, desenvolvido
pela AGCO do Brasil, Eduardo de Souza, a nova técnica
também pode ajudar no próprio manejo do solo.
Isto porque, através das análises que são
feitas é possível perceber e determinar, quais
as áreas que estão precisando de maior cobertura
de palha, fato que até recentemente, não era
observado. O Projeto Aquarius está sendo desenvolvido
em duas áreas de plantio direto, no município
de Não Me Toque, no Rio Grande do Sul.
Souza explica que o ao final da última colheita e depois
de analisarem os dados, puderam verificar que algumas áreas,
apesar de corrigidas as carências, continuaram a apresentar
resultados menores que o esperado. Ao realizarem uma análise
do solo com uma visão sistêmica, concluíram
que uma das falhas estava na quantidade de palha (matéria
orgânica) que havia naquele talhão. "Isto
vai provocar que você gerencie o próximo plantio
através da escolha ideal de uma cultura que forneça
a quantidade de palha necessária para cobrir o solo
nesta região, o que só a agricultura de precisão
poderia determinar", salienta. O agrônomo conclui
dizendo que quando se está usando o plantio direto
a agricultura de precisão vai realmente ajudar porque
vai fornecer um "raio x" de como está o solo
e propiciar as correções necessárias.
A redução de custo é um fator ressaltado
pelo agrônomo Rodrigo Tamani, da empresa Santiago &
Cintra, especializada em geo-tecnologias. Segundo ele, na
medida em que se tem as informações sobre as
correções mais adequadas a serem feitas em cada
talhão, vai ser possível evitar o desperdício
de colocação a mais dos insumos. "Isto
favorece ao plantio direto, pois aumenta a sua eficiência
econômica", afirma Tamani. Leonardo Menegatti,
da Consultoria AP agri, especializada em agricultura de precisão,
afirma que dependendo da região e do solo, tem casos
que a redução chega a 34% no calcário
e 38,7% no fósforo. Na visão de Leonardo a agricultura
de precisão é um passo natural, evolutivo, para
quem está no plantio direto há muito tempo,
uma vez que ele vai possibilitar o aprimoramento desta técnica.
As soluções em termos de equipamentos que estão
chegando ao mercado brasileiro vão justamente colaborar
para o aperfeiçoamento na união das duas técnicas.
Conforme o gerente de planejamento de produto da John Deere,
Juliano Leal, o Parellel Traking, por exemplo, torna a operação
de plantio e adubação mais perfeita, uma vez
que evita a sobre posição do implemento em áreas
já trabalhadas. O equipamento avisa sempre que o operador
estiver fora da área pré-determinada a fim de
que ele faça a correção do rumo. "Isto
já é uma ferramenta disponível e que
permite aumentar a eficiência dos resultados do plantio
direto via economia de insumos", garante Juliano.
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