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                   Segundo 
                    especialistas em segurança do trabalho, o uso destes 
                    equipamentos é indicado porque o efeito tóxico 
                    destes produtos é cumulativo. Se alguma parte do corpo 
                    tiver contato com estes produtos, e ela não for lavada 
                    imediatamente, ele será absorvido pela pele. Em primeiro 
                    ficará na camada de gordura, mas pode, futuramente, 
                    entrar na corrente sangüínea e se depositar em 
                    algum órgão. Com a repetição deste 
                    processo e o passar dos anos, a pessoa poderá desenvolver 
                    algumas doenças em conseqüência destes produtos 
                    químicos. Só que muitas vezes não vai 
                    perceber que esta foi a causa.  
                     
                    Com a idéia de diminuir a incidência destes problemas, 
                    a Basf, através do seu departamento de Segurança 
                    de Produtos vem, há cinco anos, desenvolvendo uma campanha 
                    junto aos seus consumidores, no sentido de conscientizá-los 
                    sobre o problema e estimulá-los a utilizar os EPIs. 
                    Ao longo deste período já viabilizou a venda 
                    de mais de 150 mil kits com vestimentas de proteção 
                    para aplicadores de defensivos agrícolas em todo o 
                    país," informa Roberto Araújo, gerente 
                    deste setor dentro da empresa. O Programa de Segurança 
                    da BASF engloba ainda uma série de atividades destinadas 
                    ao agricultor, como organização de palestras 
                    e treinamentos, além da distribuição 
                    de materiais informativos, como manuais, CD's e vídeos 
                    educativos com instruções sobre o uso correto 
                    e seguro dos defensivos agrícolas. "Em 2003, a 
                    BASF investiu R$ 3 milhões em diversas iniciativas 
                    para conscientizar o trabalhador rural em relação 
                    à importância da sua segurança no campo 
                    e também do meio ambiente", assinala Roberto, 
                    acrescentando que hoje já é possível 
                    sentir melhora na consciência sobre o uso destes equipamentos. 
                     
                     
                    Para o criador da empresa Azeredo EPI, uma das principais 
                    fabricantes destes equipamentos, Luiz Edmundo Azeredo Cezar, 
                    o uso do EPI deve ocorrer principalmente quando a pessoa está 
                    preparando a calda porque ele está trabalhando com 
                    o produto na forma concentrada. "Mas ele não deve 
                    dispensar o uso do EPI quando vai aplicar o produto na lavoura, 
                    de forma alguma, porque ele igualmente está exposto 
                    se o equipamento de pulverização não 
                    tiver cabine", afirma Azeredo.  
                     
                    Conforme o executivo, que é agrônomo, o índice 
                    de uso de EPI é muito baixo e não chega a 10% 
                    do número de trabalhadores na lavoura. Segundo ele 
                    ainda existem muitos mitos em relação aos equipamentos 
                    de proteção. A lista começa com a idéia 
                    de que não é confortável pois passa a 
                    sensação de estar fechado, também a de 
                    que é muito quente e vai para o argumento de que e 
                    caro. Azeredo afirma que este produto custa apenas 0,005% 
                    do custo total de uma lavoura. E que atualmente os fabricantes 
                    já estão bem avançados em termos de proporcionar 
                    conforto a quem está usando o equipamento. "Mas 
                    eu acho que o principal que o produtor tem que pensa é 
                    que ele protege a sua saúde e isto é fundamental", 
                    argumenta.  
                     
                    Uma outra forma de se proteger, quando a aplicação 
                    do defensivo é feita em tratores ou equipamentos semelhantes, 
                    são as cabinas. Jacó Henrique Pohren é 
                    gerente de marketing e vendas da Cabinas Real, uma das mais 
                    antigas empresas que atuam neste setor. Para ele instalar 
                    uma cabina é a opção ideal uma vez que 
                    é um equipamento que proporciona um certo isolamento 
                    do ambiente externo, reduzindo o ruído do motor, a 
                    exposição aos agroquímicos e ao pó, 
                    ao calor e à chuva, possibilitando um aumento de produtividade 
                    do operador.  
                     
                    Mas além do processo de conscientização 
                    é preciso saber que existem leis e normas que regulamentam 
                    e obrigam o uso de EPI. Conforme explica Rodolfo Tavares, 
                    presidente da Comissão Nacional das Relações 
                    de Trabalho e Previdência Social da Confederação 
                    Nacional de Agricultura, CNA, o produtor (proprietário) 
                    tem obrigação de fornecer os equipamentos necessários 
                    para a proteção da saúde física 
                    do seu funcionário, mesmo que seja terceirizado ou 
                    por qualquer outra modalidade de contrato. E ele tem também 
                    o direito de exigir que este funcionário use o equipamento, 
                    sob pena de ser demitido por justa causa.  
                     
                    Tavares diz que a aquisição destes equipamentos 
                    é um investimento caro, mas necessário para 
                    evitar problemas no futuro. "Não só porque 
                    pode sofrer um auto de infração por parte do 
                    ministério do Trabalho, mas também porque o 
                    funcionário, num futuro, pode entrar com ações 
                    reclamatórias na justiça e ganhar, o que causará, 
                    com certeza, um prejuízo bem maior que o custo de um 
                    EPI", avisa. 
                  
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