Este
ano os chineses importaram em menor volume, algo próximo
a 19 milhões/t. Segundo o representante maior do país
no Brasil, o embaixador Jiang Yuande, apesar de o país
possuir um enorme volume de território, a área
agricultável corresponde a apenas 1,35% ou 130 milhões
de hectares. Por conta disso, o país possui um déficit
anual da oleoginosa de aproximadamente 23 milhões de
toneladas. Isso provoca uma carência interna pelo produto
de quase 45%, pois a demanda está próxima das
40 milhões de toneladas.
Yuande mostra que em apenas duas safras, os esmagadores brasileiros
aumentaram 32 vezes o volume de óleo de soja vendido
aos chineses. O consumo médio per capita de óleo
de soja naquele país é hoje de 14 Kg, no entanto,
estudos mostram que se esse consumo se equiparar aos 20 Kg
consumidos em média no Brasil, essa necessidade de
importação pode crescer em muitos milhões
de toneladas.
No entanto, de acordo com alguns analistas de mercado exterior
é preciso se atentar para a fragilidade dos contratos
de relação comercial entre os países.
Recentemente um fato ocorrido com dois cargueiros brasileiros
carregados de soja do porto de Santos foram barrados na alfândega
chinesa sob a alegação de que o produto continha
resíduos do fungicida " Carboxin", produto
comumente utilizado no tratamentos de sementes de soja. Um
dos navios foi mandado de volta ao Brasil e um segundo retornou
do meio do caminho por exigência do Ministério
da Agricultura. Paralelamente a isso, o governo chinês
anunciava dias antes uma série de medidas para desacelerar
o crescimento econômico naquele país, pois, o
risco de país sofrer aumento de inflação
acima dos atuais 5% era real.
De acordo com um representante de comércio exterior
de uma empresa de consultoria que pediu anonimato, a decisão
de bloquear os carregamentos partiu dos próprios esmagadores
chineses. Segundo ele, participaram da deliberação
representantes de, aproximadamente 20 esmagadoras, inclusive
existem fortes rumores de que cerca de 50% do volume que seria
exportado, possa ser barrado. A alegação dos
esmagadores é a dificuldades em se adquirir crédito
nas instituições financeiras chinesas para compra
de soja, sobretudo, para negociações com países
da América Latina.
Segundo o embaixador chinês, que faz menção
a comitiva de mais de 400 empresários brasileiros que
acompanham o presidente Luís Inácio Lula da
Silva ao seu país, o relacionamento no favorável
desenvolvimento do relacionamento Brasil x China estão
sendo compensados o suor e empenho diligente de diferentes
segmentos sociais. "Vocês têm feito muito
trabalho positivo para a promoção de cooperação
política econômica, comercial e ciência
e tecnologia entre essas duas nações".
Com vistas ao crescimento do poderio econômico da China,
da ampliação dos setores abertos ao exterior
e do aumento das oportunidades de cooperação,
o embaixador diz ter grande prazer em convidar todos a visitar
a China a qualquer hora para fazer uma pesquisa sobre a possibilidade
de cooperação, investimentos e instalação
industrial, objetivando dar novas e proveitosas contribuições
no sentido da promoção e do aprofundamento das
relações bilaterais entre Brasil e China. Como
dois maiores países em desenvolvimento nos hemisférios
Leste e Oeste os o Brasil e a China estão empenhados
pelo desenvolvimento da economia nacional e pela melhoria
da vida de seus povos. Isso implica assumir responsabilidades
de grande importância para o progresso das suas próprias
regiões e da humanidade como um todo."
A consolidação e fortalecimento dessa parceria
estratégica não apenas correspondem aos interesses
fundamentais das duas nações, como também
favorecem a salvaguarda da paz e desenvolvimento nas suas
respectivas regiões, particularmente, do mundo inteiro,
tendo significado importante para fortalecer o poderio integral
dos países em desenvolvimento e promover o estabelecimento
de uma nova ordem internacional política e econômica
mais justa e razoável", conclui.
PARCEIRO
IMPORTANTE
A
relação de comércio bilateral entre Brasil
e China esta se mostrando uma das mais promissoras dos últimos
tempos. Um verdadeiro gigante em densidade populacional e
territorial, este país apresenta-se como um consumidor
em potencial dos mais variados tipos de produtos e serviços
do ocidente. Os números gerados por essa mega nação
são da envergadura do seu contigente. Nos últimos
25 anos, desde a aplicação da sua reforma e
posterior abertura ao mercado exterior, a China testemunhou
grandes mudanças e tem conseguido êxitos no desenvolvimento
econômico e social. Os mais de 1 bilhão e 300
milhões de chineses, correspondentes a 1/5 da população
mundial, ou 7 vezes a população brasileira,
além de serem consumidores fiéis de seus exóticos
pratos, são também grandes apreciadores de comidas
bastante comuns no ocidente, como o arroz, carne bovina, suínos
e frango, apesar das recentes restrições ao
produto por conta dos casos de Influenza Aviária, popular
gripe do Frango, identificados no país. Além
destes, outra gama enorme de produtos industrializados também
são consumidos em quantidade pela população,
por exemplo o óleo de soja, o suco de laranja, leite,
frutas e por aí vai.
A entrada da China na OMC, em 10 de dezembro de 2001, trouxe
esse colosso mais para perto das economias ocidentais. Isso
fez aguçar os interesses de grandes produtores de bens
primários como EUA e Brasil, para citar apenas os mais
representativos, no entanto, existe uma série de outro
pequenos países interessados em colocar seus produtos
nesse que se mostra, o mais promissor mercado consumidor do
mundo. Abrindo sua portas para um novo mundo, com formas bastante
antagônicas de comércio, os chineses assumiram
de uma hora para outra, o compromisso de seguir uma série
de normas e regras internacionais. Mais do que isso, foram
obrigados a reduzir barreiras tarifárias e não
tarifárias, além reduzir drasticamente suas
cotas de importação, sobretudo para produtos
agrícolas. Para soma a todas essas novidade, o fantástico
crescimento da sua economia que fez crescer em apenas duas
décadas cinco vezes o seu Produto Interno Bruto (PIB)
para a quantia de US$ 1,4 trilhão em 2003, no ano passado
sua economia deu novamente provas de sua força registrando
mais 9,1 % de crescimento no PIB, enquanto o Brasil sofreu
retração de 0,2% em igual período.
Atento a toda essa movimentação e de olho no
cenário favorável que se apresenta, o Brasil
está se tornando um dos principais exportadores de
produtos para a China, além de importar uma série
de outros. A intensificação das relações
comerciais entre esses dois países está crescendo
a passos largos e os números conquistados nos últimos
anos ilustram bem essa bem sucedida parceria. O comércio
total entre Brasil e China no ano passado alcançou
o montante de US$ 6,680 bilhões, com superávit
brasileiro de US$ 2,385 bilhões. As exportações
de US$ 4,532 bilhões superou em 80% o volume acumulado
em 2002, contribuindo para os ótimos resultados obtidos
na balança comercial brasileira. Em janeiro de 2004,
a China comprou do Brasil um equivalente em produtos 83% maior
que no mesmo período do ano passado. Em volume o país
asiático já é o terceiro maior comprador
de produtos do Brasil que por sua vez tratou logo de fazer
juras de fidelidade eterna ao novo parceiro comercial do mundo.
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