O
cenário da comercialização de bovinos
de corte no Brasil é considerado positivo na opinião
de profissionais envolvidos com o mercado pecuário.
Seguindo uma tendência de crescimento motivada, principalmente
pelo aumento nas exportações de carne para outros
continentes, a cadeia produtiva como um todo está vivendo
um momento bastante favorável. Segundo Guilhermo Gascez
Sanchez, leiloeiro de renome no mercado pecuário, o
que se pode observar nos leilões de bovinos comerciais
é que existe uma demanda boa por machos que vem acompanhada
de boas médias de preço.
No entanto, um problema que vem sendo observado é quanto
a fêmeas que estão com seus preços reprimidos
devido um excesso de oferta. Para o leiloeiro os baixos preços
pagos pela arroba média de R$ 58,00 nas principais
praças do país está desestimulando os
criadores a manter seus animais na propriedade nas fases de
recria e terminação. " Os excelentes preço
pagos pela saca de soja estão fazendo inúmeros
pecuaristas liquidar seus planteis, inclusive de matrizes
par utilizar a área com lavoura".
Sanchez observa que os animais de reposição
garantem um preço bem mais atrativo ao criador e sem
custo de produção, pois os bezerros são
vendidos logo após a desmama. Como exemplo ele cita
o preço dos bezerros Nelore em leilões de reposição
custando R$ 250,00 de média. Outro filão que
se mostra em plena ascensão é o de animais F1
com uma procura excepcional e ótimos preços.
Segundo José Eduardo Matuck proprietário da
Leilopec o que pode ser observado no mercado do Nelore é
um aumento no número de leilões e na liquidez
dos lotes. Uma oferta muito grande de fêmeas e embriões
que estão sendo colocadas a venda graças a utilização
de modernos recursos tecnológicos como a técnica
de transferência de embriões. Isso possibilitou
aos criadores disponibilizar anos de melhoramento genético
dos planteis para qualquer criador que interessado. "
Existe muito empresário investindo em pecuária
como uma forma de buscar novos investimentos. A boa liquidez
com melhora nas médias dos leilões mostra-se
como um investimento muito atrativo".
"Com a disponibilidade de produtos de qualidade no mercado
é crescente o número de pecuaristas com 2 ou
3 anos na atividade que encontram-se entre os primeiros colocados
do ranking das associações, a frente até
mesmo de criadores tradicionais", observa.
Com as raças européias, sobretudo as britânicas,
o que se observa é uma certa retração
no preços pagos aos reprodutores. Mas existe um movimento
de reestruturação das raças européias
desenvolvido dentro das associações de raças.
Esse trabalho de fomento é realizado com a participação
efetiva dos afiliados que apresentam idéias para o
desenvolvimento das raças. Matuck observa que este
fato é bastante positivo, pois mostra uma unidade por
parte dos criadores no sentido da manutenção
de seus planteis.
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