As
plantas daninhas estabelecem um sistema de competição
com o milho, disputando espaço físico, água,
luz e nutrientes, além de hospedarem insetos e doenças
afetando o produto. A competição acarreta na
mudança da arquitetura dos pés de milho, cuja
mudança culmina em prejuízos na produção.
O manejo integrado evita perdas devido a competição,
que variam de ano a ano e dependem de fatores como clima,
variações de solo e outros. O produtor deve
ter a estimativa das perdas ocasionadas por plantas daninhas.
Outro objetivo do manejo é evitar o aumento da infestação,
em relação a produção sustentada,
a rotação de cultura e a semeadura de plantas
de cobertura e de adubação verde e medidas na
pós-colheita como a passada de uma roçadeira,
ou ainda uso de herbicidas para a dessecação
da erva daninha. A infestação pode ocorrer por
animais, lotes contaminados e máquinas agrícolas.
Para José Carlos Cruz, citotecnista da EMBRAPA milho
e sorgo, o cultivo mecânico, apesar de muito utilizado,
não é viável para grandes propriedades.
Assim, o produtor deve utilizar o controle químico.
Para o citotecnista "muitos são os inimigos da
lavoura e todos causam preocupação porém,
alguns merecem atenção redobrada". Em relação
a pragas o especialista da EMBRAPA ressalta a popularmente
conhecida, Lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda, onde
as perdas reduzem a produção em até 34%.
Quando encontrada em plantas mais jovens pode levar a morte,
apresenta perfurações na base da planta e provoca
o sintoma de "coração morto". Como
controle, nesse estágio, pode-se usar os inseticidas
sistêmicos via pulverização que dão
controle para até 17 dias depois do plantio. Se o ataque
ocorre na fase reprodutiva o controle químico torna-se
inviável pois, a colocação do inseticida
é mais difícil, portanto o método recomendado
para esse estágio é o controle biológico
feito através dos predadores Doru Luteipes e Orius
spp, quando em níveis populacionais baixos na espiga.
Perfurações na palha são um forte indício
desta praga durante a reprodução do milho.
José Carlos Cruz ressalta a importância do manejo
integrado na diminuição da infestação.
Para aplicação dos princípios do manejo
integrado de pragas -exploração do controle
natural, monitoramento das populações para tomadas
de decisão, monitoramento da biologia e ecologia da
cultura e de suas pragas e exploração do nível
de tolerância da planta em relação as
pragas- é imprescindível o monitoramento da
densidade populacional da espécie alvo.
Além de plantas daninhas e de pragas outra interferência
é alertada pelo especialista da EMBRAPA "as doenças
causadas por fungos também são muito preocupantes,
dentre elas as ferrugens (Ferrugem Polissora, Ferrugem Comum
e Ferrugem Tropical ou Branca) são bem alarmantes".
A Ferrugem Polissora (Puccinia Polysora Underw.) ocorre em
maior escala em lugares onde a altitude é de 700 metros,
característica das regiões centro-oeste e sudeste
do Brasil, levando a perdas de 44,6% da produção.
A Ferrugem Comum (Puccina Sorghi) apresenta maior perigo na
região sul, onde as baixas temperaturas com alta umidade
relativa favorecem o seu aparecimento. Já a Ferrugem
Tropical ou Branca (Physopella Zeae) apresenta maiores danos
em plantações contínuas de milho especialmente
áreas de pivot, a alta temperatura, baixa altitude
e umidade relativa alta em lugares com essa peculiaridades
das regiões centro-oeste e sudeste. Para todas o manejo
recomendado é o plantio de cultivares resistentes e
a alternância de genótipos e intervalo do plantio.
O citotecnista acrescenta que além desses inimigos
o fator variações climáticas acarretando
mudança do tempo também atrapalham bastante
o bem estar da lavoura "o excesso de chuva contribui
para a proliferação desses e outros inimigos
e a previsão é de que este será um ano
de grande ocorrência de chuva" avisa ao produtor.
"a incidência desses perigos é maior em
outubro, no período de safra, do que na safrinha entretanto,
o aparecimento da Ferrugem Tropical é maior na safrinha
pois, esta patologia exige bem menos do fator umidade",
conclui José Carlos Cruz.
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