Nos
últimos 10 anos, a agricultura brasileira vem sofrendo
uma série de transformações tecnológicas,
que a fizeram ocupar uma posição de destaque
junto as grandes potências agrícolas mundiais.
E todo esse avanço veio acompanhado de mudanças
visíveis na configuração das máquinas
e implementos agrícolas que passaram a operar com muito
mais agilidade e precisão. Fábio Basso gerente
de marketing e comunicação da D'Paschoal, revendedor
autorizado de produtos Goodyear, conta que, a década
passada foi um divisor de águas para o sistema de produção
agrícola no Brasil.
"A agricultura brasileira começou a ter contato
com as novas tecnologias vindas do exterior, somente em meados
dos anos 1990. Com a chegada dos grandes fabricantes mundiais
de máquinas e implementos agrícolas, houve uma
verdadeira revolução no modo de produção
das propriedades que, até então era bastante
arcaico. Essas novas ferramentas tinham como diferencial uma
agilidade e automação jamais vista nas lavouras
brasileiras. As máquinas além de facilitar o
trabalho no dia a dia da fazenda, proporcionavam índices
de desperdícios, cada vez mais baixos", conta
Basso.
A agricultura de precisão corrente que vem se fortalecendo
no Brasil, tem a tecnologia seu principal componente na busca
do aperfeiçoamento do processo produtivo. "Hoje,
as máquinas e implementos agrícolas, chegaram
a tal ponto de evolução que já é
possível se trabalhar as 24 horas do dia, sem que as
máquinas precisem para por longos períodos.
Tratores que podem ser operados via satélite, GPS,
trouxeram para a agricultura, o conceito de produção
em escala industrial, explica.
E o mercado de pneus agrícolas como parte integrante
desta cadeia, também se transformou no sentido de rever
antigos conceitos. Os fabricantes buscam por meio do investimento
em pesquisas e testes de performance, diversificar ao máximo
seu leque de opções ao consumidor. "A segmentação
das linhas de pneus agrícolas que têm com objetivo
diminuir as perdas no campo é uma realidade no dia
a dia das propriedades".
Segundo dados da ANIP, Associação nacional das
indústrias de pneus, durante o ano de 2003, o segmento
de pneus agrícolas registrou um crescimento de 19,47%,
com relação ao mesmo período do ano anterior.
Houve um incremento também no número de unidades
vendidas que subiu de 157 mil em 2001 para 209 mil rodas traseiras.
Para Ricardo Anadon gerente de vendas da Bridgestone Firestone
para América Latina, as perspectivas para o mercado
de pneus agrícolas são muito positivas. No entanto,
existe uma preocupação quanto a entrada de novas
máquinas agrícolas com tecnologia mundial que,
ao mesmo tempo que agiliza a atividade no campo, deixa os
implementos mais pesados. Isso exige muito dos pneus que precisam
suportar esse excesso de peso do equipamento.
Anadon conta que a Bridgestone Firestone possui uma pista
de testes para pneus agrícolas, localizada na cidade
de São Pedro, SP, onde são realizadas performances
nos mais variados tipos de pneus. Os pneus são testados
em 28 superfícies diferentes criando diferentes circunstâncias.
"Os principais diferenciais são: uma pista molhada
de testes especializada em identificar ruídos no interior
do veículo e que tem modernos equipamentos que fotografam
a aquaplanagem dos pneus", ressalta.
De acordo com o gerente de vendas da Firestone, para a realização
dos testes fora do asfalto desenvolveu-se dois equipamentos
de teste que permitem confrontar por exemplo, resistência
e abrasividade do solo com a capacidade de um pneu de vencer
obstáculos. Outra técnica utilizada consegue
reproduzir situações de uso extremo como condições
adversas de solo com alto e baixo desnível. "Assim
é possível medir a durabilidade dos compostos,
desgaste excessivo da banda de rodagem e cada detalhe dos
pneus em funcionamento, para torna-los cada vez mais eficientes",
conclui.
Dentro da linha de pneus agrícolas das principais empresa
que abastecem o mercado já é possível
o produtor rural encontrar um produto específico para
a sua necessidade, explica Antônio Mendes da Silveira
Filho, gerente de área de divisão comercial
da D´Paschoal. "A linha de pneus dos principais
fabricantes traz um modelo para diferentes condições
de trabalho. Silveira cita como exemplo o pneu super arrozeiro
R-2 que possui barras largas e curvas, com reforço
em "v" na linha de centro na banda de rodagem, que
permite um melhor desempenho dos tratores em solos alagados
e lamacentos.
Hoje, a grande coqueluche do mercado na opinião dos
técnicos, são os pneus radiais. Apesar de significarem
apenas 5% do mercado brasileiro essa categoria vem conquistando
mercado de forma vertiginosa. Um ponto que vem favorecendo
a escolha por essa variedade é o tempo de vida útil
de quase 15 mil horas trabalhadas, duas vezes o tempo de um
pneu diagonal. No entanto, os técnicos alertam para
a exposição dos pneus à condições
de trabalho pouco indicadas, isso é um ponto limitante
na durabilidade. "Usar o pneu certo para o terreno seguindo
as recomendações do fabricante é meio
caminho para a longevidade de qualquer pneu", observa
Silveira.
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