Quando
se está na fase de plantio e isto serve para qualquer
cultura o cuidado principal é o preparo da semente
com fungicida e inseticida para que elas não venham
a sofrer ataques enquanto estão no processo de emergência
que em geral leva uns 15 dias. Geralmente as empresas produtoras
já comercializam as sementes com estes produtos. Mas
em caso contrário o produtor deve fazer o processo
utilizando produtos que tenham em sua base química
os benzimidazóis, para a soja.
Dentre os produtos avaliados e indicados para o tratamento
de sementes de soja, carbendazin, tiofanato metílico
e thiabendazole são os mais eficientes no controle
do agente do cancro da haste. Embora a maioria das combinações
de fungicidas quando aplicadas juntamente com Bradyrhizobium
reduzam a sobrevivência das bactérias nas sementes,
a nodulação e a eficiência de fixação
biológica do nitrogênio, o tratamento das sementes
com fungicidas muitas vezes é indispensável.
Para o milho e o algodão, segundo o gerente de marketing
destas culturas na Dupont, Nilton Picinato, os produtos químicos
para esta etapa podem ser os Neonicotinóides ou carbamatos
que apresentam período de controle médio de
até 15 dias.
Depois deste processo é preciso ter os cuidados para
os primeiros momentos pós emergentes, ou seja, quando
as plântulas estão no início do seu desenvolvimento
. No caso da soja logo após a emergência, insetos
como a "lagarta rosca" e a "broca do colo"
podem atacar as plântulas. Posteriormente, a "lagarta
da soja", a "falsa medideira" e a "broca
das axilas" atacam as plantas durante a fase vegetativa
e, em alguns casos, até a floração. Em
algumas regiões a "lagarta do cartucho do milho"
tem ocorrido também em soja causando danos muito relevantes.
Com o início da fase reprodutiva, surgem os percevejos,
que causam danos desde a formação das vagens
até o final do desenvolvimento das sementes. Além
destas, a soja é suscetível ao ataque de outras
espécies de insetos, em geral menos importantes. Porém,
quando atingem populações elevadas, capazes
de causar perdas significativas no rendimento da cultura,
essas espécies necessitam ser controladas.
"É neste momento que o controle deve ser feito,
através de pulverizações, com produtos
químicos que contenham piretróides ou carbamatos
para as lagartas e os fosforados ou ciclodienos para os insetos
como os percevejos", informa Werner Jann, agrônomo
que atua na área de pesquisa e desenvolvimento da Basf.
Ele acrescenta que se o assunto for fungos foliares, os agroquímicos
devem ser a base de triazóis (controle de ferrugem
ou oídio) ou estrubilurinas. O agrônomo e gerente
de marketing para soja da Dupont, José Edimir dos Santos
Júnior, lembra ainda que também podem ser usados
os produtos com princípio ativo carbendazim em casos
de fungos foliares. Já para o controle das invasoras,
que deve ser feito também no período de pós
emergência, Werner recomenda o grupo mais conhecido
que é o inibidor de ALS (acetolactosintetase) que controla
a maioria das ervas daninhas,. E para o período final
da lavoura que vai do florescimento até o enchimento
do grão em que pode aparecer a antracnose ou septoriose,
o agrônomo da Dupont (José Edimir) indica o uso
de produtos a base de benzimidazóis.
No milho, conforme explica Nilton, o tratamento mais comum
no controle das ervas daninhas é o uso de triazinas/triazinonas
em pré ou pós emergência para combater
capim marmelada, colchão, beldroega, caruru entre outras
ou ainda o uso de sufaniluréia (inibidor de ALS) em
pós emergêngia.. Já para combater a lagarta
do cartucho no milho (Spodoptera frugiperda), os piretróides,
os carbamatos, naturalyte e os inibidores de síntese
de quitina podem ser recomendados. Para o algodão ele
recomenda Diuron em pré emergência ou em jato
dirigido em pós emergência. Outros produtos como
MSMA também são bastante efetivos quando aplicados
em jato dirigido. O pulgão que ocorre durante quase
todo o ciclo da cultura do algodão, pode ser combatido
por produtos como os neonicotinoides, carbamatos e ciclodienos.
Para o caso das lagartas em algodão os produtos podem
ser piretróides, carbamatos, inibidores de quitina,
oxadiazinas ou ainda naturalytes. "Estes irão
combater a Spodoptera, a lagarta da maçã, o
curuquerê, entre outros", informa Nilton. Finalmente,
a partir da floração deve se ter cuidado com
o bicudo. Os inseticidas mais usados são os fosforados,
piretróides e ciclodienos. Para combate de doenças
foliares, os triazóis, benzimidazóis e mesmo
os fungicidas cúpricos aplicados de forma preventiva,
tem sido recomendados com sucesso.
Pulverização
Com
exceção do preparo da semente, toda a aplicação
destes produtos devem ser feitas através de pulverizadores,
que são equipamentos fabricados especificamente para
este fim. No mercado existem diversas marcas e fabricantes
e eles vão desde os que são colocados nas costas
até os auto propelidos.
Segundo o gerente técnico da fabricante de pulverizadores
Montana, Márcio Resende, o tipo de pulverizador e tamanho
vai variar de região e tamanho de propriedade. Mas
em geral, para a soja e o milho em áreas que variam
entre 80 a 100 hectares os mais comuns são modelos
menores com capacidade entre 600 a 800 litros, acoplados no
trator pelo sistema hidráulico.
Já para áreas até 800 hectares os mais
recomendados são os que possuem capacidade entre 2
e 3 mil litros. "São máquinas hidráulicas
de arrasto com rodas", explica Resende. Ele informa ainda
que existem no mercado os auto propelidos, considerados atualmente
como o topo da tecnologia em pulverizadores. No mercado estão
disponíveis em versões 4x2 e 4x4 e em geral
possuem capacidade para 2 ou 3 mil litros e podem operar em
áreas acima de 300 hectares. "O pulverizador é
cada vez mais um equipamento imprescindível na lavoura,
pela eficiência, custo benefício e agilidade
na realização do serviço", afirma
Resende.
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