A
existência de umidade na folha auxilia a ação
do fungo no processo infeccioso. Segundo a pesquisadora Claudia
Godoy, da Embrapa Soja, os sintomas da doença podem
ser observados em qualquer estágio. As lesões
são minúsculas e no início a identificação
é bem difícil porque as manchas não são
visíveis. "Por isto é necessário
uma vistoria bem cuidadosa em toda a lavoura a fim de evitar
este e todos os outros problemas que podem surgir", assinala
Claudia. A pesquisadora ressalta que a Ferrugem interfere
no processo de fotossíntese, provocando amarelamento
precoce das folhas e sua queda prematura. Isto interfere na
formação do grão, trazendo prejuízos
ao produtor.
Conforme diz Claudia ainda não existem variedades resistentes
a esta doença o que deve acontecer somente daqui uns
quatro anos. Portanto a melhor forma de controle é
a utilização de fungicidas, preferencialmente
no início, para se evitar um aumento nos custos da
lavoura. Embora esta seja a grande preocupação
atual, o produtor não pode se esquecer que existem
outras doenças que podem lhe tirar o lucro. Provocadas
por fungos, bactérias ou vírus são igualmente
poderosas no que se refere a quebrar a produtividade da lavoura.
O Técnico em Desenvolvimento de Mercado da Basf, o
agrônomo Marcelo Cerqueira, alerta que também
é preciso ter cuidados com o bicudo, praga que aparece
nos primeiros dias da planta em regiões mais frias.
Já para regiões de temperaturas mais quentes
as doenças mais freqüentes são o piolho
de cobra e o Coró. Depois ainda têm o Papua,
milha, o picão preto, corda de viola e o leiteiro.
E mais as lagartas, os percevejos, o cancro da haste e os
nematóides. "Muitas destas doenças você
pode evitar ao fazer tratamento da semente e também
rotação de culturas. Mas quando elas se instalam
aí precisa aplicar o remédio adequado",
alerta o técnico.
"Realmente o controle das doenças da soja devem
envolver ações conjuntas de manejo integradas
e feitas antes do plantio. Melhoria da estrutura do solo a
fim de evitar compactação, rotação
de cultura, cultivares resistentes, adubação
equilibrada", lembra Cerqueira. Segundo ele as doenças
de final de ciclo e o oídio podem ser controladas no
mesmo momento que ferrugem. Outra doença que provoca
problemas ao produtor é a Mela ou requeima da soja.
O Míldio, antracnose e a podridão radicular
de Rosellinia ampliam a lista de doenças comuns. "Cerca
de 10% da produção mundial de soja são
perdidos anualmente por causa da ação dos nematóides,
e no Brasil, os de galha são os principais", relata
Marcelo.
O ataque de pragas também traz problemas às
lavouras de soja. Um deles é o Coro, besouros que buscam
áreas verdes para colocar os ovos. Na fase de larva
podem viver até sete meses e se alimentam das raízes.
A revoada dos adultos só começa depois do início
das chuvas e as fêmeas buscam principalmente áreas
com plantio direto porque as larvas se alimentam de raízes
e matéria seca. Outros que vem aparecendo com freqüência
são os percevejos sugadores. Eles se alimentam diretamente
dos grãos e causam sérios problemas no rendimento
da lavoura. "Renovar a cultura naquela área, com
alguma que não tenha semelhança com a soja para
cortar o ciclo das pragas e doenças é uma das
boas medidas a serem tomadas pelo produtor", aconselha
Claudia Godoy.
|