A
Região representa 45,2% da área do país
e envolve quase toda a bacia Amazônica, considerada
a maior floresta quente úmida do mundo. De acordo com
o gerente geral da Embrapa Rondônia, Newton de Lucena
Costa, a participação do Norte na área
agrícola colhida no Brasil é a menor das regiões,
sendo de 1.620.928 hectares, distribuídos em culturas
permanentes (20,99%) e em lavouras temporárias (79,01%).
Ele
afirma que apesar da grande extensão territorial, a
sua contribuição para o PIB do País é
de apenas 3,24%. Dentre as culturas permanentes, destacam-se
a do dendê, pimenta-do-reino, guaraná, côco-da-bahia,
café, maracujá e acerola. Em relação
as culturas temporárias, destaque para mandioca, abacaxi,
mamona e, com áreas superiores a 5.000 ha, as lavouras
de capim, milho, amendoim, cana-de-açúcar, soja
e melancia.
A
Empresa acompanha a euforia econômica provocada por
investimentos federais na região entre as décadas
de 60 e 80, atraindo milhares de imigrantes de diversas regiões
brasileiras. O especialista conta que "a ordem era desbravar,
colonizar a floresta". A terra barata, farta, as riquezas
naturais, eram os diferenciais da região. Percebendo
as necessidades específicas e demandas da região
Norte do Brasil, a diretoria da Embrapa determinou que suas
unidades fossem transformadas em Centros de Pesquisa Agroflorestais.
Hoje,
de acordo com Newton Costa, o maior foco do trabalho de pesquisadores,
governo e produtores é com a questão ambiental.
Rondônia, por exemplo, possui 25% do seu território
desmatado, e essa situação prejudica a colocação
de seus produtos no mercado, segundo ele.
No
caso da Amazônia, ele declara que a deliberação
se fundamentou principalmente em aspectos ligados à
preservação, importância estratégica
da floresta e conservação do ecossistema, o
qual, segundo Costa, necessitava de um modelo específico
de pesquisa agropecuária e florestal que atendesse
às suas características ambientais e sócio-econômicas.
Hoje,
o gerente geral da Embrapa conta que o estado rondonense é
reconhecido por índices produtivos cada vez mais promissores
em diversas culturas, tornando-se uma autêntica fronteira
agrícola brasileira, segundo a afirmação
de Costa. Ele explica que o estado de Rondônia atualmente
registra mais de 100 mil produtores e tem como seus produtos
de maior destaque o café, o cacau e a pecuária
de leite e corte. É o segundo Estado em áreas
destinadas ao cultivo de café do tipo conilon, bastante
utilizado em cafés solúveis, segundo dados do
IBGE referentes aos últimos anos, declara o pesquisador.
Segundo
o pesquisador nos estados do Acre e do Amapá a atividade
que prevalece ainda é extrativista, como a seringueira
e a exploração da castanha do Brasil. Embora
haja uma forte tendência de que ambos estados também
optem para o agronegócio sustentável, afirma
Costa. Ele acredita que a atividade representa um recurso
estratégico para o combate à crise social e
econômica, desde que se promova o desenvolvimento sustentável.
De
acordo com dados divulgados pela Embrapa Rondônia a
indústria de base florestal tem demonstrado um potencial
econômico considerável, garantindo uma boa participação
nas exportações brasileiras. Em 2002 as exportações
de madeira atingiram 1,1 bilhões de dólares
e a região amazônica respondeu por 48% desse
total, apurando uma receita na ordem de 461 milhões
de dólares. A região amazônica, que detém
cerca de 30% das florestas tropicais do mundo, apresenta perspectivas
de aumentar a participação no mercado interno
e nas exportações para países consumidores,
segundo a empresa.
Para
Newton Costa, "na Amazônia a pesquisa agropecuária
deve ser orientada para a geração de conhecimentos
científicos e tecnológicos que assegurem a sustentabilidade
dos investimentos nas atividades agropecuárias e agroflorestal,
de modo a permitir o equilíbrio entre exploração
sócio-econômica e ecológica".
Os
resultados obtidos até o presente, segundo o pesquisador,
podem ser considerados extremamente úteis, atendendo
satisfatoriamente às demandas oriundas dos diversos
segmentos relacionados com os setores agropecuário
e florestal. Os maiores beneficiados têm sido os agricultores,
pecuaristas, comunidade científica e instituições
públicas e privadas.
Ele
acredita que, "a pesquisa agropecuária tem como
papel fundamental atender à demanda de conhecimentos
científicos e tecnológicos, tanto para o presente
quanto para a agropecuária do futuro". Neste contexto,
para Costa, é importante destacar que a pesquisa agropecuária
deve servir de instrumento próprio e talvez o mais
adequado para influir na orientação das políticas
relacionadas com o setor primário e no desenvolvimento
tecnológico do setor agrícola.
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