Com
esse fôlego em exportações, e com importações
em queda, de US$ 7,226 milhões no mês, a balança
comercial de lácteos encerrou setembro com superávit
de US$ 820 mil, em situação oposta à
verificada em igual período do ano passado. Em setembro
de 2003, a balança comercial de produtos lácteos
foi deficitária em US$ 7,5 milhões, resultado
de exportações de US$ 3,9 milhões e importações
de US$ 11,4 milhões. Ou seja, na comparação
de setembro deste ano com setembro do ano passado, as exportações
cresceram 106%; enquanto que as importações
caíram 27,6%.
Os principais produtos exportados em setembro foram leite
em pó, que rendeu receitas de US$ 3,8 milhões;
e leite condensado, com US$ 3 milhões. Os maiores compradores
do leite em pó brasileiro no mês passado foram
Venezuela, Senegal e Argélia. Os principais destinos
do leite condensado produzido no Brasil foram Angola, Trinidad
Tobago e Venezuela. Um fator que ajudou a elevar as exportações
de lácteos é a alta dos preços no mercado
internacional, tornando os lácteos brasileiros mais
competitivos no cenário internacional. No começo
do ano, a tonelada do leite em pó integral era negociada
por preços entre US$ 1.900 e US$ 2.050 na Europa.
Atualmente, o produto é negociado em valores que oscilam
entre US$ 2.250 e US$ 2.400 por tonelada.
Frente aos mais recentes resultados de exportações
e importações de lácteos, o presidente
da Comissão Nacional da Pecuária de Leite (CNPL)
da Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, acredita que para todo o ano
de 2004 há expectativa de leve superávit na
balança do setor, historicamente deficitária.
No ano passado, a balança comercial de lácteos
teve saldo negativo de US$ 63,8 milhões. Os resultados
acumulados dos primeiros nove meses do ano indicam exportações
de US$ 57,5 milhões e importações de
US$ 61,6 milhões, gerando saldo negativo de US$ 4 milhões.
Em igual período do ano passado, as exportações
somaram US$ 28 milhões e as importações,
US$ 85 milhões, provocando um déficit muito
mais elevado, de US$ 57 milhões.
"Há espaço para ampliar ainda mais as exportações
de lácteos", afirma Alvim. Uma das estratégias
para permitir esse crescimento é a criação
do Fórum Mercosul do Leite, grupo que está em
fase final de estruturação, envolvendo entidades
que representam o setor de produção primária
e indústrias de laticínios de todo o Mercosul.
Segundo explica o presidente da CNPL/CNA, o grupo irá
subsidiar os governos dos quatro países do bloco com
propostas que visem à produção leiteira
do Mercosul aproveitar as novas oportunidades no mercado internacional.
Uma das principais metas é avançar nas negociações
comerciais com outros blocos econômicos, lutando por
acesso a mercados e eliminação de subsídios,
que causam distorções comerciais e limitam a
capacidade exportadora do setor lácteo do Mercosul.
O Fórum Mercosul do Leite tem como integrantes a CNA
e entidades como o Centro da Indústria Leiteira da
Argentina, a Sociedad Rural Argentina (SRA) e a Cooperativa
Nacional de Productores de Leche (Conaprole), do Uruguai.
|