De acordo com a última pesquisa estatística
realizada em dezembro de 2003 pela OCB - Organização
das Cooperativas do Brasil, o país conta com 7.355
cooperativas, quase seis milhões de cooperados, além
de mais de 180 mil empregados.
Ainda
segundo a pesquisa, o setor agropecuário é o
segundo ramo com o maior número de cooperativas, perdendo
apenas para o setor do trabalho. São 1.519 cooperativas
agropecuárias contra 2.024 cooperativas de trabalho.
As cooperativas do agronegócio têm 940 mil agricultores
cooperados dos mais diferentes segmentos, além de manterem
mais de 110 mil empregos diretos.
De
acordo com a OCB, a participação das cooperativas
na produção agrícola brasileira é
bastante significativa. Em produtos como o algodão,
leite e aveia, a produção das cooperativas chega
a quase 40% do total nacional. Já na produção
do trigo este número ultrapassa 60%.
Para
confirmar o real crescimento do setor cooperativista no país
nas mais diferentes áreas, aconteceu de 4 a 7 de agosto
a 1ª Feira Internacional de Cooperativas, Fornecedores
e Serviços (Fenacoop 2004) em São Paulo. De
acordo com Luiz Branco, organizador do evento, a feira chegou
em um momento importante do cooperativismo. Ele destaca que
esta é uma feira inédita que tem como objetivo
integrar cooperativas e empresas de todos os ramos e importâncias.
"Estamos em uma fase de maturação e crescimento
no cooperativismo e é preciso saber aproveitar este
momento", declara.
O
evento reuniu cerca de 120 expositores durante quatro dias
de duração. Entre eles empresas e representantes
de todos os ramos do cooperativismo nacional. Contou também
com a participação de expositores internacionais
como a China e o Irã e estantes dos estados do Amazonas,
Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Com o objetivo
de apresentar produtos do setor agrícola produzidos
pelas cooperativas estaduais, a Secretaria de Produção
Rural e a OCB/AM levaram a feira produtos como o palmito de
pupunha, o guaraná e o cupuaçu. Segundo José
Merched, presidente da OCB/AM, os produtos regionais oriundos
da mão de obra cooperativista estão em pleno
crescimento no estado do Amazonas e uma feira do porte da
Fenacoop é muito importante para apresentar estes produtos
para o restante do Brasil a fim de gerar novos negócios.
O
presidente de uma das maiores cooperativas do estado em termos
de produção, a Cooapir (Cooperativa Mista Agropecuária
de Iranduba), Elzio Duarte, esteve presente na feira e ressaltou
a importância das parcerias para o cooperativismo na
produção de hortifrutigranjeiros: "Através
de parcerias privadas e estatais conseguimos entrar no mercado
de Manaus e região. As vendas triplicaram e o mais
importante de tudo isso é o fato de termos nos livrados
da ação de intermediários", afirmou.
O Governo Estadual, além de disponibilizar linhas de
créditos para pequenos produtores e cooperativas também
lançou o "Programa Zona Verde", a fim de
ensinar os agricultores a produzir sem destruir a natureza.
"Nosso Programa é um trabalho de visão
sócio-ambiental. É preciso conscientizar todos
os elos da cadeia produtiva sobre o reaproveitamento de áreas
já desmatadas e incentivar a defesa de recursos naturais",
declarou Luiz Castro, secretário de Produção
do Amazonas.
A
OCERJ (Sindicato e Organização das Cooperativas
Brasileiras do Estado do Rio de Janeiro) apresentou em seu
estande cooperativas de produtos e serviços. No setor
do agronegócio, foram divulgados produtos como a cachaça
e o mel. Na opinião de Waldir Ribeiro, da Coapir-Rio,
o sistema de cooperativismo é muito importante para
a qualidade e quantidade do produto final manejado pelas cooperativas.
"No caso da Coapir, que está no mercado há
25 anos produzindo mel e conta com aproximadamente 400 cooperados,
temos um verdadeiro exemplo de que a união faz a força.
A produção do mel no país é muito
artesanal e é preciso qualificar o apicultor, o que
nós do Rio de Janeiro estamos conseguindo fazer através
deste sistema de cooperativa e de iniciativas do Governo Estadual",
disse ele.
No
estande da OCESC (Santa Catarina), Geci Pungan, Diretor Superintendente
da Osesc, destacou a importância do cooperativismo para
o agronegócio catarinense e lembrou que para o pequeno
produtor o cooperativismo é fundamental pois proporciona
segurança em relação aos produtos e estabilidade
dos preços. Isso sem contar com a responsabilidade
social que as cooperativas têm em suas ideologias, o
que garante assistência técnica, educacional
e social a sociedade. "Em Santa Catarina, temos hoje
56 cooperativas no setor agropecuário com aproximadamente
63 mil agricultores associados e mais de 13.500 funcionários.
Os principais produtos resultantes do cooperativismo no Estado
são milho, soja, feijão, arroz, leite e vinho.
O nosso principal objetivo é agregar valor ao produto
primário para que o produtor possa gerar mais renda
ao produtor, conseguimos isso com o vinho, por exemplo",
relata. Ele ainda destaca o crescimento médio das cooperativas
catarinenses nos últimos 6 anos que ficou entre 20
q 22% ao ano e atribuiu tal crescimento em parte pelas melhores
safras e pela profissionalização das gestões
das cooperativas.
A
OCESP (Organização das Cooperativas do Estado
de São Paulo) apresentou na Fenacoop as principais
atividades e conquistas de nove ramos do cooperativismo paulista.
Segundo dados, no estado de São Paulo existem 1025
cooperativas com mais de 2 milhões de cooperados. Sendo
que o setor agropecuário conta com 122 cooperativas
e quase 120 mil associados. Na visão do presidente
da Ocesp, Evaristo Machado Netto, a Fenacoop foi fundamental
para dar visibilidade ao sistema cooperativista, impulsando
negócios. Segundo ele, a feira deu oportunidade para
o cooperativismo mostrar sua força e importância
econômica e social em todas as áreas. "Em
um evento como este a sociedade pode conhecer melhor o sistema
do cooperativismo que funciona em todo o mundo há 160
anos. E as cooperativas participantes podem aprender com o
relato de experiências de outros países, que
adotam o cooperativismo para alcançar o equilíbrio
social e econômico", avalia Evaristo Netto.
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