As novas variedades foram criadas pela Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, depois de
sete anos de pesquisa de laboratórios e de campo. Duas
a BRS Linda e BRS Clara são de uva branca.
A outra, a BRS Morena é de uva preta.
As
cultivares foram desenvolvidas pela Embrapa Uva e Vinho (Bento
Gonçalves- RS) por meio de melhoramento genético
tradicional, sem utilização de técnicas
de transgenia. São recomendadas pelo plantio no Noroeste
de são Paulo, Norte de Minas Gerais e no vale do Submédio
do São Francisco, pois são adaptadas ao cultivo
em regiões tropicais.
As
três são indicadas como uvas para consumo in
natura e para comercialização tanto no mercado
interno quanto no externo. O trabalho de obtenção
das novas cultivares foi desenvolvidos pela Estação
Experimental de Viticultura Tropical da Embrapa, em Jales
no Córrego de Barra Bonita, em parceria com viticultor
Paulo Higa, no Km 01, da Rodovia Jarbas de Moraes, SP 561.
Características
A
BRS Clara é uma cultivar vigorosa e fértil,
obtida através de cruzamento entre as uvas 154
147 x Centennial Seedless (1998). Destaca-se pelo sabor moscatel
(suave agradável), pela coloração verde
amarelada e pela textura crocante da polpa. Possui
produtividade elevada (30 toneladas/hectare/ano) e os cachos
apresentam boa conformação, sendo naturalmente
cheios, de tamanho médio a grande.
A
BRS Linda é uma cultivar vigorosa que mostrou ótima
adaptação nas regiões onde foi testada.
Foi obtida por meio de cruzamento entre uvas 154 90
x Saturn (1998). Tem coloração verde, preferida
por certos mercados como o da Grã- Bretanha, e fertilidade
alta, normalmente dois cachos por ramo, podendo produzir o
equivalente a 47 ton/ha. O cacho atinge facilmente de 450
a 600 gramas (tamanho grande) e a polpa é firme e crocante.
O sabor é neutro, bem aceito pelo consumidor brasileiro,
que normalmente prefere frutas menos ácidas. A acidez
e o açúcar baixo permitem sua caracterização,
para efeito comercial, como uma uva light ou diet.
ABRS
Morena, por sua vez, é uma cultivar precoce, com alta
fertilidade (dois cachos por ramo, de tamanho médio
a grande), vigor moderado e produtividade entre 20 ton/ha
e 25 ton/ha. Foi obtida a partir do cruzamento entre as uvas
Marroo Seedless com a Centennial Seedless (1998). Possui ótimo
sabor (com bom equilíbrio entre açúcar
e acidez) e polpa com textura firme e crocante. Mas como os
grãos se soltam com facilidade (fraca aderência
ao pedicelo), os pesquisadores recomendam embalar as frutas
em sacos plásticos ou cumbucas (que depois são
acondicionado em caixas) para evitar problemas com a comercialização
desta fruta.
Gemas
O material de programação as chamadas
gemas das três cultivares estará
à disposição para os produtores, na Embrapa
Transferência de Tecnologia (Brasília
DF), a partir de abril de 2004. A quantidade mínima
para aquisição deste material será de
100 gramas por cultivar, a ser remetida via Sedex. As instruções
para pagamento serão fornecidas após confirmação
de reserva pela Embrapa.
Segundo
pesquisadores da Embrapa, as gemas são livres de virose
e portanto, é recomendável a enxertia das novas
cultivares em porta- enxertos com origem conhecida e com garantia
de sanidade. O produtor deve ficar atento a estes pré-requisitos,
pois, sem eles, a Embrapa não garante a produtividade
e longevidade das plantas.
A partir de junho de 2004 a Embrapa Transferência de
Tecnologia terá disponível para venda, além
das gemas das cultivares lançadas, os porta-enxertos
das cultivares IAC 572 e IAC 766, usados durante a avaliação,
todos com sanidade e origem garantida.
As
circulares técnicas, contendo informações
sobre as características agronômicas e comerciais,
manejo, tratos culturais e outras informações
sobre essas variedades estão disponíveis no
site da Embrapa Uva e Vinho (www.cnpuv.embrapa.br), ou vai
carta (no endereço: Rua Livramento, 515 Bento
Gonçalves RS 95.700 000 ou ainda
pelo telefone (54) 455-8000 ou pelo fax (54) 451-2792.
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