As
perspectivas para os leilões do Limousin neste ano
são animadores. Os negócios crescem a cada ano
e, durante 2000, a raça colocou-se muito bem, Garante
Paulo Horto, diretor-presidente da Programa Leilões.
O resultado pode ser explicado por características
que os animais apresentam e pelo desempenho da Associação
Brasileira dos Criadores de Limousin (ABCL), cujo profissionalismo
permitiu a realização de leilões desde
o Rio Grande do Sul. Horto conta que o tamanho de expansão
da raça teve início em 1999 e atingiu o apogeu
no ano passado.
Na opinião do leiloeiro, 2000 também se mostrou
fundamental para reverter a imagem da raça. Antes,
o conceito era que se tratava de uma raça de elite
para poucos criadores, assegura. Essa imagem não existe
mais. O Limousin espalhou-se pelo país com preços
acessíveis. E Wilson Brochmann, o a atual presidente
da ABC, tem visão de comercialização
bem definida.
A distribuição de animais por novas regiões
era absolutamente necessária, já que os leilões
concentravam-se na cidade e no Estado de São Paulo.
As vendas concretizadas na Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso
do Sul e Goiás comprovam o sucesso. Isso permite acredita
em 2001 como o momento da raça. Os indícios
desse crescimento começaram no ano passado, quando
não se encontravam tourinhos para compra. Mais ainda:
quem era comprador há três anos, encontra-se
atualmente na posição de vendedor.
A perspectiva é de que o mercado mantenha duas diretrizes
na oferta de animais. A primeira, com animais de elite. E
a segunda, considerada como mercado secundário, e comercialização
de animais de produção. Contribui ainda para
o bom desempenho dos leilões e preços, a ampla
atuação geográfica. Exatamente esse é
o caminho das raças européias. O Brasil é
grande e as raças precisam andar, explica Horto.
Naturalmente, o perfil do comprador também sofreu modificações
nos últimos anos. A inibição e o receio
iniciais dos pecuaristas brasileiros foram substituídos
pela certeza da genética disponível. Na opinião
de Horto, os preços também tendem a seguir duas
direções. Os animais superiores, campeões
de pista, alcançarão preços mais altos.
E os animais de produção, entre os quais bezerros
para engorda e fêmeas produtoras de tourinhos, valores
mais baixos. Portanto, haverá o mercado comercial de
genética superior. De qualquer forma, os preços
mantêm os patamares, garante.
Já a liquidação do plantel da Fazenda
Ondina, de Arnaldo Mendes de Oliveira, realiza este mês,
é analisada como normal no mercado. E nada preocupante,
porque para cada produtor que liquida um plantel é
substituído por 10 criadores, segundo ele. Explica
que Fazenda Santa Ondina manterá embriões de
Limousin congelados, o que permite antecipar novos plantéis
no futuro. Confiante, afirma que Limousin produzido no Brasil
não deve nada a exemplares de outros país. Elogia
o trabalho da ABCL como sério e criterioso. E assegura
que genética é importante para a melhoria e
produtividade do rebanho brasileiro.
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