A
máxima torna-se, cada dia, o objetivo de produtores
rurais interessados em transformar fazendas em propriedades
produtivas. Hoje, não há lugar para calcular
o peso do boi apenas com o olhar. Nesse universo, as balanças
eletrônicas mostram que tecnologia bem administrada
é sinônimo de lucro.
Os fabricantes de balanças eletrônicas para gado
acreditam no crescimento do mercado brasileiro. A confiança
está baseada em dois fortes argumentos. O primeiro,a
necessidade de o produtor tecnificar a atividade e, conseqüentemente
controlar custos. E o segundo, o cenário atual das
propriedades rurais, no qual uma mínima porcentagem
de propriedades, menos de 10%, segundo alguns fabricantes,
possuem balanças, sejam mecânicas ou eletrônicas.
Portanto, um amplo mercado a ser conquistado.
Anwar Hauly Júnior, diretor-comercial de Balanças
Açôres, empresa com sede em Cambé, no
Paraná, garante que 70% do mercado pertencem ás
balanças mecânicas. Os 30% restantes ainda enfrentaram
o conhecido tradicionalismo da área rural. A contrapartida
virá com as necessidades do dia-a-dia. A probabilidade
é de que os produtores que possuem balanças
mecânicas em final de vida útil tenham que substitui-las
por balanças eletrônicas acredita. E
quem usa a eletrônica não volta para a mecânica.
Hoje, sabe-se que as margens de lucro dos negócios
são mínimas e os resultados exigem uso de tecnologia.
As balanças eletrônicas, foram introduzidas na
década de 90, exatamente quando o cenário econômico
brasileiro sofreu profundas modificações. E
encontraram rejeição por parte dos produtores,
acostumados ao uso das balanças mecânicas. Na
opinião de Hauly Júnior, as vantagens das balanças
eletrônicas são sempre em favor do produtor.
Afinal, ele pode optar em pesar os animais um a um ou em grupo,
sempre com margens de tempo mínimas e seguras em relação
ao resultado. Portanto, o produtor tem condições
de checar o desempenho da propriedade e, conseqüentemente,
aumentar os lucros.
A empresa produz balanças com tecnologia nacional e
oferece ampla linha. Hauly Júnior explica que os equipamentos
obedecem a dois tipos de programas. Em um deles, o mais simples,
o produtor controla o número do animal, data da pesagem,
peso, desconto de carcaça programa de apartação.
O mais sofisticado inclui dia, mês e hora da pesagem,
peso do animal, desconto de carcaça, número
consecutivo de pesagens, total de pesagens e lote do animal.
Ambos podem pesar os animais individualmente ou em lotes.
Os preços variam de R$ 1.825,00 a R$ 3.145,00 conforme
as especificações de cada modelo.
Renato Marquesini, gerente de engenharia da empresa, explica
que cada indicador digital, ou seja, balança com software
que permite essas propriedades, é alimentado por volts
e acompanhado por um cabo de conexão com computador.
Ao traçar o perfil do adepto da balança eletrônica,
Hauly Júnior explica que, quase sempre, são
produtores com grandes rebanhos, grandes propriedades e grupos
multinacionais, além de empresários e industrias
que também trabalham na área rural. Cada comprador
recebe o manual do equipamento, um vídeo sobre funcionamento
e a vista de um técnico, que orienta sobre o manuseio.
A empresa oferece ainda um ano de garantia e assistência
técnica.
Se o produtor solicitar, a Açôres prepara um
projeto de curral, oferecido gratuitamente. Animando com resultado
obtidos desde 94, período em que as vendas passaram
a dobrar anualmente, ele acredita que o mercado perceberá
que se trata de mais uma ferramenta em busca de controle da
propriedade.
Marcelo F. Cirne Lima, sócio-diretor da Farm Tech,
associada da Trutest, empresa com sede na Nova Zelândia,
que comercializa balanças eletrônicas no mercado
brasileiro, desde 95, concorda com Hauly Júnior. Lembra
a necessidade de trabalho sob controle rigoroso de custos
e o o início de uma cultura de pesar gado.
Outro fator que deve motivar os produtores consiste no preço
dos equipamentos. Hoje, o preço médio
de uma balança eletrônica gira em torno de R$
2.500. No final dos 80 e início dos ano 90, custava
aproximadamente US$ 10 mil, conta.
Aliado ao preço, ele aponta a precisão do equipamento.
Em apenas seis segundos, o animal é pesado sem a necessidade
de estar imóvel, pois o peso resulta de um cálculo
estatístico, explica. A empresa, com sede em
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, possui linha composta por
uma série de indicadores ou modelos, desde os mais
simples aos mais sofisticados. Os preços variam de
R$ 2.245 a R$ 5.445. A empresa possui 50 representantes no
Brasil e 10 pontos de assistência técnica. Os
produtos têm garantia de um ano. As balanças
facilitam a pesagem, reduzem o stress dos animais e auxiliam
o produtor na tomada de decisões sobre manejo,
resume Cirne Lima. Entre os equipamentos mais sofisticados,
por exemplo, há um modelo com um visor que pode ser
dividido e mostrar, do lado direito, o peso do animal e, do
lado esquerdo, caracteres a serem determinados, como número
do animal, ganho de peso a última pesagem ou desde
a primeira pesagem. Mais: os animais podem ser identificados
com número e letras, podem ter controle de cruzamento,
nome do pai e da mãe e ganho de peso. Já a balança
desenhada para invernistas, por exemplo, aponta média
de peso, qual o animal que pesa mais e o que pesa menos, total
de animais pesados e total de quilos pesados.
Cirne Lima afirma que a produção por balanças,
sejam sofisticadas, é feita por produtores que se interessam
por novas tecnologias. Outra parte é composta por empresas
agrícolas e empresários com origem em outras
áreas, industrial e de construção, por
exemplo, e que investem em pecuária. Na opinião
dele, o momento do mercado é favorável. As empresas
internacionais fabricantes de balanças mostram-se interessadas
em atuar no Brasil, que responde por um rebanho comercial
extremamente atraente.
José Octacílio da Silveira, diretor-comercial
da Coimma Comércio e Indústria de Madeiras
e Metalúrgica São Cristóvão Ltda,
concorda com as perspectivas de Cirne Lima para um mercado
de balanças ainda incipiente, especialmente em relação
ás balanças eletrônicas. A Coimma, no
mercado de balanças eletrônicas desde 96, mantém
parceria com a empresa australiana Ruddweigh, mas oferece
um produto nacionalizado, segundo Silveira.
Com preços que oscilam entre R$ 2.800 e R$ 9.000, para
pesagem individual ou coletiva dos animais, todos os produtos
podem receber uma saída para conexão com computadores.
Um dos produtos, por exemplo, é composto por tronco
de contenção e balança eletrônica.
Outro, o kit eletrônico permite a leitura eletrônica
em balança mecânica. Gaiolas idealizadas para
pesagem coletiva comportam até seis mil kg de peso.
As balanças têm garantia de um ano e assistência
técnica. A empresa atende a todo o país, mas
os clientes estão concentrados em São Paulo,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará,
Goiás e Tocantins. Para os produtores interessados,
a Coimma oferece um projeto de curral gratuito.
Ele aponta a rapidez da pesagem e o leque de informações
ampliadas, em razão dos recursos que ligam o equipamento
ao computador, como as grandes vantagens da balança
eletrônica.
E garante que os produtores estão atentos a isso, o
que justifica o crescimento desse mercado em torno de 20%
ao ano. O produtor precisa ser um profissional. E a
propriedade, uma empresa. Caso contrário, as dificuldades
para trabalhar serão muitas, assegura.
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