A
disponibilidade de água potável no planeta já
está entre as principais preocupações
das diversas lideranças mundiais. Há quem preveja
que, no máximo, 25 anos será um produto extremamente
raro. A escassez, uso inadequado, poluição,
contaminação e desperdício estão
incluídos nas agendas de debates das mais diversas
instituições , sejam públicas ou privadas.
O assunto é delicado e será tema de um seminário
no Brasil, em 2001, mais precisamente em Foz do Iguaçu.
Apreensiva quanto á oferta futura, principalmente para
a agricultura praticada em países subdesenvolvidos
a FAO organização para Agricultura e
Alimentação das Nações Unidas
(ONU), fez um estudo e concluiu que, até o ano 2030,
as nações periféricas deverão
tesar em condições de ampliar significativamente
a produção de alimentos com um aumento de apenas
12% no consumo de água.
A previsão do organismo da ONU é que a população
mundial cresça a uma taxa de 1,1% até 2015,
a partir de quando deverá crescer mais lentamente.
O planeta, atualmente, abriga 6 bilhões chegar aos
8,1 bilhões, com cerca de 33% de expansão. A
demanda por alimentos também deverá aumentar,
porém num ritmo menos acelerado.
Para enfrentar esse crescimento da procura por alimentação,
a FAO define três condições básicas
como necessárias: aumentar a produtividade agrícola;
ampliar a áreas de plantio; incrementar a intensidade
da exploração, elevando o número de colheitas
anuais. Nos últimos 30 anos, assinala, a expansão
da produção, em mais de 75%, é resultado
de safras fartas, conseqüência da chamada revolução
verde.
Diante disso, a entidade admite que, nos próximos 30
anos, mesmo aconteça em nações pobres,
com 69% do aumento da produção atribuída
ao maior volume obtido nas colheitas anuais, 12% através
de uma exploração agrícola mais intensa
e o resto com a expansão da área de cultivo.
Estes dados foram divulgados pela revista Agricultura
21 e disponibilizado no site da FAO, em outubro passado.
Para a entidade, grande parcela desse incremento da população,
terá procedência de lavouras irrigadas, localizadas,
em sua maioria (75%), nos atualmente chamados países
emergentes. Atualmente, acrescenta, cerca de 20% das terras
agrícolas dessas nações possuem irrigação
e fornece cerca de 40% da produção total da
agricultura. Nos últimos 30 anos, a superfície
irrigada cresceu cerca de 2% ao ano, atingindo 94 milhões
de hectares, entre 1962 e 1996, quase que dobrando no período.
Consumo
deve aumentar 12% nos países periféricos
A
pesquisa da FAO abrange 93 países em desenvolvimento
e chega a conclusões alentadoras. Para
o espaço de tempo entre 1996 e 2030, o consumo de água
para irrigação deverá ter um aumento
de 12%, nesses Estados, passando de 1,8 bilhão de km³/ano
para 2,06 bilhão de km³ anuais naquela data. Para
entidade, é um ligeiro aumento em comparação
com o crescimento previsto da expansão da área
irrigada.
Essa alta moderada na expansão do consumo é
conseqüência de aperfeiçoamentos técnicos
aplicados, otimizando a eficiência dos equipamentos
de irrigação, provocando uma redução
na demanda de água necessária para cada hectare
de lavoura. A FAO acredita, ainda, que essa diminuição
também será resultado de uma mudança
no perfil agrícola de alguns países. A china,
por exemplo, deverá transformar uma área substancial
destinada atualmente ao trigo, com o plantio de arroz. A triticultura
consome o dobro da água exigida pela orizicultura.
Paralelamente, o organismo das Nações Unidas
recomenda que se busque aumentar a produtividade da agricultura
tradicional (seca), que continua proporcionando cerca de 60%
de oferta total de alimentos. Essa expansão, observa,
teria uma repercussão significativa e bastante favorável
á produção mundial. Admite, porém,
que é preciso uma ajudazinha de São Pedro, pois
as possibilidades de avolumar a safra, dependem, em grande
parte, da ocorrência de chuvas.
Estratégias
podem complementar oferta para agricultura seca
Mesmo
assim, alerta que, nas áreas secas, a coleta de águas
pluviais pode reduzir os riscos e dar maior produtividade
ás colheitas. E aponta a existência de diversas
formas de realizar essa coleta: através de microestruturas
instaladas no campo para dirigir o líquido a plantas
específicas ou a fileiras de vegetais (conservação
no local); recolher água externa á áreas
de captação e dirigi-la para as terras cultivadas
(irrigação por inundação) : e
coletar e guardar em reservatórios, tanques, entre
outros, para usá-la em períodos mais secos (irrigação
complementar).
Nos últimos decênios, acrescenta, a agricultura
irrigada tem sido uma fonte extremamente importante na produção
de alimentos. As colheitas mais abundantes, aponta, são
oriundas de lavouras irrigadas que podem duplicar e mostrar
volume bem superior ao obtido por uma bem sucedida safra da
agricultura seca. Mesmo com a utilização de
poucos insumos, a lavoura irrigada é mais produtiva
que a tradicional, notório e voraz consumidora de agroquímicos.
Para a FAO, é possível elaborar políticas,
criar instituições e leis destinadas a promover
um melhor uso e aproveitamento da água, nos mais diversos
níveis. Quanto ao abastecimento, a recomendação
é no sentido de criar diretrizes, tanto para o consumo
como para a produção de alimentos que tenham
uma demanda reduzida pela água. Como exemplo, cita
o plantio do arroz ao invés do trigo, criação
de frango como substituto do boi. Além de, entre outras,
melhorar a administração da irrigação
buscando formas e fórmulas para reduzir o consumo,
fazendo com que aqueles que possuam lavouras irrigadas gerenciem
e controlem suas próprias reservas, inclusive recebendo
incentivos para a economia de água. No âmbito
de bacia hidrográfica, a sugestão é priorizar
uma profunda integração não apenas do
setor rural a organização do consumo, mas também
entre os demais consumidores, como sistemas hidrelétricos,
indústria e a população urbana, finaliza.
BRAHMAN
- MERCADO FORTE E PROMISSOR
Há
escassez de reprodutores. E não há como atender
a demanda. Paralelamente, o mercado de sêmen da raça
cresce de maneira entusiasmante. E os leilões apontam
excelente procura por fêmeas. A definição
do mercado é feita por Ovídio Carlos de Brito,
presidente da Associação dos Criadores de Brahman
(ABCD). Entusiasmado, ele acredita na expansão da raça
ao longo do país. Para isso, baseia-se na procura de
animais e nos preços obtidos, que aponta como reais,
e no desenvolvimento da raça nos demais países
da América Latina e América Central. O
Brahman transformou-se em raça prepoderante nessas
regiões. A perspectiva e de que repita o sucesso aqui,
assegura.
Brito lembra, porém que a força do Nelore ainda
é grande entre os criadores brasileiros. Mesmo assim,
a força da heterose deve motivar a percepção
dos produtores em vafor do Bhahman. Mais: convém lembrar
que é inquestionável a adaptação
do Brahman ao Trópico e sua capacidade de concorrer
com raças de carne, como Angus e Hereford. A
adaptação ás condições
tropicais garante simplificação na obtenção
da heterose, explica Brito. Isso permite dispensar
o uso da inseminação artificial e adotar touro
a campo, método usado nos Estados Unidos, Austrália
e na Argentina. Lá, a inseminação artificial
não é utilizada para animais terminais, explica.
Na opinião dele, os leilões e exposições
da raça tendem a manter os bons resultados. Assim,
como a expansão da raça, que deve migrar para
as regiões de clima tropical úmido do país.
Precocidade
e rapidez no acabamento
Precursor
na criação de Brahman, já integrou o
grupo de importadores, em 93, Antonio José Prata Carvalho,
Tonico Carvalho, acredita que o mercado da raça enfrente
forte expansão. Para isso, contribuem o LA (Livro Aberto),
medida adotada na sua gestão como presidente da Associação
dos Criadores de Brahman, entre 97 e 00, a qualidade da raça
e a venda de sêmen.
Hoje, o país tem aproximadamente 30 criadores, plantel
de três mil animais PO e entre quatro e cinco mil LA.
Lembra que a introdução da raça, há
sete anos, foi motivada pela genética, considerada
nova opção para cruzamento. Na verdade, o Brahman
seria a opção de cruzamento com raças
européias e com Nelore, assegura. A receptividade superou
a expectativa.
A raça distribui-se por Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro,
Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Rondônia,
Pará, MAranhão e o Espírito Santo. Inicialmente,
os criadores motivaram-se pela precocidade e rapidez de acabamento
de carcaça. Hoje, valoriza-se também a habilidade
maternas das fêmeas. O Brahman é zebuíno,
o que significa que se adapta em qualquer região do
país, garante o criador.
Ele acredita no crescimento da raça no futuro próximo,
porque todos os criadores que usaram genética Bhaman
voltaram a usá-la. A aceitação
do produto é fantástica, assegura. O melhor
exemplo: a sexta feira do primeiro final de semana de julho
de 2001, o leilão da Fazenda Brumado será dedicada
a um leilão exclusivo de Bhaman.
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