Pesquisador
da Embrapa Trigo, empresa vinculada ao Ministério da
Agricultura e do Abastecimento (MAA), fazem um alerta aos
produtores de trigo. O agricultor deve estar atento para a
ocorrência de ferrugem da folha pois nesta época
do ano, as condições climáticas atuais
favorecem o desenvolvimento do fungo, podendo causar perdas
nas lavouras.
Nos casos de cultivares consideradas suscetíveis á
ferrugem da folha, como Embrapa 16, Embrapa 40, Embrapa 52,
CEP 11, CEP 24, CEP 27, Fundacep 30, Fundacep 32, BR 15, OR
1 e Peladinho, a pesquisadora Amarilis Labes Barcellos informa
que a recomendação é aplicar fungicida
assim que forem detectados os primeiros sintomas da infecção
ou até mesmo preventivamente.
Entre as cultivares de trigo recomendadas para cultivo no
Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, a pesquisadora destaca
que BRS 49 177, Embrapa 40, Granito, RS-1 Fênix, RS-8
Westphalen, Trigo BR 23 e Trigo BR 35 têm resistência
de planta adulta (suscetíveis na primeira folha em
casa de vegetação e bom comportamento no campo).
As folhas apresentam pústulas, mas em comparação
com cultivares suscetíveis, a quantidade de lesões
é pequena e elas não progridem com a mesma velocidade.
Nestes casos, para o controle com fungicida, o produtor deve
acompanhar o desenvolvimento da doença e pulverizar
somente em situações especiais, muito favoráveis
ao desenvolvimento do fundo, relata.
No caso de constatação de ferrugem, o
produtor deve estar atento, até mesmo em cultivares
consideradas resistentes, pois podem haver novas raças
de fungos e poderá ser necessário fazer controle
químico, destaca a pesquisadora. O trigo
BRS 119 é um caso de cultivar que sofreu alteração
em relação á resistência. Era um
material com bom comportamento á ferrugem e se tornou
suscetível a uma raça de fungo detectada na
safra passada, informa a pesquisadora. De acordo com
Amarilis, cultivares de trigo com maior ou menor grau de resistência
á ferrugem da folha têm sido recomendada para
cultivo comercial. Contudo, as constantes alterações
no fungo têm resultado em vários caso de resistência
de curta duração.
O levantamento de raças de fungos que ocorrem nas regiões
tritícolas brasileiras é realizado anualmente
na Embrapa Trigo. A coleta de amostras (folhas de trigo infectadas)
é feita no campo, em parcelas experimentais, em coleções
especiais e em lavouras. Em cada de vegetação,
as diferentes raças são identificadas. Devido
ao fato de a população de fungos ser dinâmica,
o conhecimento das alterações influi na escolha
da cultivar a ser plantada ou na necessidade da aplicação
de fungicida. Esse levantamento indica como as raças
se distribuem geograficamente e em que freqüência,
além da detecção de novas raças.
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