O
crescimento da terceirização de serviços
no campo (plantio e/ou colheita) no país está
confirmando o que alguns especialistas apontavam, até
há pouco tempo atrás, como tendência.
A cada dia dentro do atual sistema econômico, os produtores
compreendem que para continuar na atividade é preciso
sair em busca de fórmulas para reduzir custos e, com
isto, ampliar a margem de ganho. E a terceirização
é apontada como um dos meios de se conseguir este objetivo.
Para se ter uma idéia, tanto nos Estados Unidos como
na Europa, já e comum encontrarmos empresas prestando
este tipo serviço para produtores, encaram a atividade
como um bom negócio para as duas partes. No Brasil,
quem mais tem utilizado este sistema são as Usinas
de Cana de Açúcar e produtores do centro oeste,
devindo as grandes extensões de terra.
Nédio Germinian, proprietário da Fazenda Paraíso,
em Sorriso/MT, planta feijão, milho, arroz e soja em
1.400 ha. No final de dezembro último, estava colhendo
feijão, irrigado por pivô central, numa área
de 320ha, com rendimento de 36 a 38 sacos/ha. Quando havia
finalizado 200ha, houve problemas na colheitadeira e se viu
obrigado a parar. Ele já começava a contabilizar
os prejuízos, estimados em 27 toneladas de feijão,
uma vez que a lavoura iria apodrecer em poucos dias.
Literalmente, a salvação da Lavoura veio com
o produtor gaúcho João Dilly, de Ibirubá/RS,
que está há poucos meses no Mato Grosso. Na
mudança, levou junto uma colheitadeira Gleaner, adquirida
junto á AGCO do Brasil na Expointer 98. A máquina
sem similar no mercado nacional, além de trabalhar
as culturas tradicionais, colhe o feijão sem provocar
dano mecânico ao grão, até então
um grande problema por desvalorizar o produto. Com a experiência
de executar serviços junto a vizinhos no Rio Grande
do Sul, Dilly não teve problemas de mostrar ao produtor
que poderia ajudá-lo. O valor acertado com Germinian
foi de R$ 100 por hectare, o que lhe rendeu R$ 12 mil para
trabalhar aos 120 hectares. É uma atividade como
qualquer outra, e é bom para os dois lados, que saem
ganhando. No feijão se consegue colher de 18 a 25 ha/dia,
dependendo da área e do estágio de desenvolvimento
da planta, assegura. Nas lavouras gaúchas ele
cobra R$ 130,00 o hectare com feijão, valor 30% maior
em função dos campos serem mais dobrados.
Com propriedade em Rondônia e áreas arrendadas
em Rondonópolis, os produtores Gilnei José Ravazio
e o sócio Ivan Carlos Binsfeld plantam soja, milho
e arroz. Em 1991, sentiram que poderiam faturar um extra com
a ociosidade da colheitadeira que tinham, que em poucos dias
dava conta do recado nas lavouras. A carência de máquinas
daqueles porte na região, fez com que passassem a oferecer
serviços á vizinhança. A acolhida foi
surpreendente.
Uma ano depois, a demanda se tornava cada vez mais significativa,
sendo obrigados a comprar significativa, sendo obrigados a
comprar mais uma colheitadeira. O raio de ação
da dupla também se estendeu, para Lucas do Rio Verde/MT.
Agora, em janeiro de 2000, com os negócios de vento
em popa, adquiriram uma MF34. Com a recente aquisição,
a frota dos produtores-terceirizadores está em 12 colheitadeiras
e sete tratores com potências que variam de 80cv a 280cv
articulado. Ao serem contratos, Ravazio e Binsfeld, com 13
funcionários, entre os quais de fixos, fazem o preparo
do solo, o Plantio, a pulverização, a aplicação
de corretivos (calcários, uréia), entre outros
tratos culturais. O valor dos serviços depende da potência
das máquinas e, em geral, é cobrado hora-custo.
A margem de lucro é pequena, porque o capital
investido é muito grande, afirma Binsfeld. Ele
acredita que sem dúvida, é isso que leva muitos
produtores a essa terceirização, admite.
Os sócios revelam que têm clientes fixos, e a
procura ainda é superior ao que conseguem atender.
Além disso, para compensar, eles colhem no norte do
MT e depois no Sul. Aproveitamos uma brecha de 15 dias no
tempo, pois são cultivadas variedades e ciclos diferentes.
Ainda contamos com a linha do Equador. horas-luz a
nosso favor. E em breve estaremos entrando na área
de feijão irrigado em Minas Gerais e Goiás,
em especial no período de estiagem, observa.
Cliente
de peso
O
Grupo Maeda Esteve Agropastoril Ltda, com sede em Rondonópolis/MT,
planta soja, algodão e arroz. Conforme Adélcio
Maeda, é o terceiro ano que a organização
está terceirizando 560 a atividade agrícola
com o Gilnei Ravázio e Ivan Binsfeld. Eles prestam
serviços de preparo do solo, plantio e tratos culturais.
Nos 5.800 ha de algodão, com rendimento de 192 arrobas/ha,
desembolsamos US$ 300 por hectare, e alcançamos uma
lucratividade de 60 arrobas por hectare contabiliza.
Maeda é de opinião que esse tipo de prestação
de serviço deverá ser adotado entre 80 a 560
de pequenos produtores. Tal índice deve cair para 70%
no caso dos grandes. Nós pretendemos continuar
terceirizando 560, avisa. O proprietário de
uma revenda de máquinas agrícolas em Lucas do
Rio Verde, Orcival Gouvêia Guimarães, uma boa
opção quando os produtores se vêem apertados
no sufoco da colheita e não conseguem atendê-la
corretamente, observa acrescentando que com isto, diminuem
o risco de perdas de perdas da safra.
Há 15 anos no mercado, Valter Schröeder de Itararé,
SP, presta serviço em sua região. Nos grãos
tem colhidos em média cerca de 5 mil hectares entre
milho e soja. E faz em torno de 2,5 mil hectare de silagem.
Em sua empresa possui 5 ensiladeiras e 2 colheitadeiras New
Holland. Valter sabe que é contrato pela qualidade
do serviço que presta e também porque os produtores
não querem ter que desembolsar um capital muito alto
com equipamento. Geralmente a colheita dura 40 no máximo
60 dias. Depois disto as máquinas ficam paradas e isto,
dentro da economia atual é um custo alto para o agricultor,
por isto eu acredito que este é um serviço que
vai crescer imagina.
Na EBS Sementes, uma empresa do grupo Advanta, eles terceirizam
a colheitas de sementes de sorgo. Jorge Souza, gerente operacional,
afirma que existem duas empresas que dependendo da região,
entre R$ 75 a R$ 105,00 por hectare. Segundo Souza, uma colheitadeira
do tipo Axial da Case, necessária para esse trabalho,
custa em média US$ 200 mil e que ela ocupada apenas
por cerca de 2 meses.
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