A
incubação artificial de ovos, na criação
racional de avestruzes, é necessária a fim de
otimizar o processo produtivo e qualificá-lo, frente
ás exigências dessa atividade, que já
nasce altamente competitiva e com natureza de agroindústria
globalizada.
Dentro de uma exploração zootécnica de
avestruzes no Brasil, a adequada incubação de
ovos e a criação de filhotes constituem uma
especialização e, devem ser tratadas com cuidado
e técnica, para que se obtenham os retornos esperados.
Para o sucesso da incubação artificial, é
fundamental que todas as etapas estejam devidamente sintonizadas.
Simular situações próximas ás
condições naturais e controlar as variáveis
externas proporcionam aumento na eficiência do processo.
Como a postura é feita a campo, o ovo está sujeito
ás ações do meio ambiente que podem afetar
a sua viabilidade ou até mesmo levar á sua inutilização.
Quanto mais tempo este ficar no piquete, sem efetivar-se uma
rápida coleta, maiores são as chances de contato
com urina e fezes, umidade, poeira barro, aumentando-se os
riscos de contaminações e ou acidentes. As variáveis
de risco, somadas, podem influir na taxa de viabilidade ou
inviabilizar, de imediato, a incubação (rachaduras,
fissuras e furos na casca).
Podemos aproveitar os horários de alimentação
dos animais, quando distraídos, para fazer a coleta
dos ovos, facilitando a retirada e evitando a permanência
por muito tempo do ovo no piquete, o que minimiza os riscos
de perda.
Os ovos muito porosos, com defeitos de deposição
de cálcio, com fissuras e trincos, não devem
ser incubados com os demais ovos, pois são mais susceptíveis
á penetração e á contaminação
por bactérias e fungos. Mesmo os ovos aparentemente
limpos, ou seja, com ausência de terra ou fezes na superfície
de casca, sempre têm uma contaminação
bacteriana adquirida na passagem pela cloaca, no contato com
o solo do ninho e com as mãos ou caixa de transporte.
A desinfecção deve ser feita o mais breve possível,
afim de não permitir a proliferação dessas
bactérias e outros agentes . Para este fim, deverão
ser usados desinfetantes específicos para ovos, muito
utilizados na avicultura industrial.
Quanto á limpeza, sempre usar solução
desinfetante, a uma temperatura mais quente do que a do ovo;
caso contrário, a água tenderá a ser
sugada para o seu interior, levando junto, agentes agressores
que irá promover a sua contaminação.
Na prática, podemos usar uma solução
com temperatura de 40º C. Pode ser usada uma escova com
cerdas macias para esfregar o ovo, eliminando as sujeiras
mais grosseiras por completo, para que a ação
preventiva do desinfetante possa ser eficaz. Ao final da limpeza,
deve-se despejar a solução desinfetante por
cima do ovo e deixar secar naturalmente.
A importância da estocagem, ou armazenagem, antes da
incubação, é a de concentrar um número
maior de ovos, em lotes, que poderão dar entrada na
incubação, todos em um mesmo dia, a fim de facilitar
o manejo operacional na incubação na criação
dos filhotes, aumentando as condições que promovam
maior padronização de lotes, por idades homogêneas
nos processos de maternidade e de creche, posteriormente.Outro
benefício proporcionado é aumento da taxa de
eclodibilidade. Estudos constataram que ovos não estocados
tiveram menor eclodibiliade que os estocados por, pelo menos,
3 a 4 dias. Ovos de avestruz podem ser estocados por volta
de 7 dias, sem comprometer a sua taxa de eclodibilidade; após
este período, a taxa decresce dia a dia.
A temperatura no local de estocagem pode variar de 15 a 20ºC
e a umidade, de 70 a 80%. A importância da faixa de
temperatura é da de não proporcionar condições
de crescimento prematura ao embrião, que, se interrompido,
pode resultar em morte embrionária precoce. Os ovos
devem ser estocados na posição horizontal, em
uma estante arejada, e, virados em seus eixo longitudinal
por 180º, uma vez por dia Os ovos, antes da incubação,
devem ser pré-aquecidos, ou seja, devemos deixar que
alcancem a temperatura ambiente gradativamente. Em caso de
não tomarmos esse cuidado, poderão ocorrer riscos
de contaminação pela condensação
de água sobre o ovo, ou, que é mais grave, de
choque térmico para o embrião, caso o ovo venha
a ser posto diretamente na incubadora.
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