O
alto custo da terra tem feito Estado de São Paulo se
tornar um centro de desenvolvimento genético. Na raça
Simental, o território paulista aparece como o local
de todas as linhagens.
O fato de contar com pecuaristas que trabalham com as diversas
linhagens do Simental, tem feito com que a criação
do Estado de São Paulo tenha uma característica
heterogênea. As palavras são do récem-empossado
presidente do Centro Paulista da Raças Simental e Simbrasil,
Roberto Paulo Ziegert Júnior, que afirma que a raça
vivenciou um importante crescimento qualitativo nos últimos
cincos anos.
Não só no que se refere á compra de genética
do Exterior, mas principalmente do próprio desempenho
da criação interna. A presença de gado
de origem Alemã, Suíça, Austríaca,
Canadense e Nacional tem permitido o cruzamento entre a raça,
fortalecendo a performance de seus produtos na pecuária
brasileira. No caso do rebanho paulista, as propriedades
possuem um excelente desenvolvimento genético e técnico,
valores aproveitados por outros Estados. Atualmente, quase
todos os nossos criadores fazem transferência de embriões,
com alguns trabalhando até com fertilização
in vitro. Enfim, São Paulo tornou-se o seleiro do Simental.
No município de Lucianópolis, por exemplo, o
pecuarista Luis Carlos Bourg e sua esposa Maria Lúcia,
proprietários da Fazenda Simental Pau D´Alho,
desenvolveram mantêm animais de alta genética,
atualmente com um plantel de 328 cabeças de elite,
314 receptoras prenhez ou prontas para a transferência
e 280 embriões congelados. Construímos
uma indústria de bezerros top de linha, sintetiza
Maria Lúcia, que está á frente dos negócios.
Por tratarem a atividade no campo como empresa, os Bourg vêm
colhendo os mais variados resultados. No último Show
da Raça, a propriedade levou nada menos que 15 troféus,
dentre eles o Campão Touro Sênior (Onássis
da Santya Luiza), a Campeã Vaca Adulta (Marywood Bold
Solei), o Melhor Úbere (Zella) e o 1º Lugar como
Melhor Expositor. Já na Copa dos criadores, onde participam
apenas animais crioulos das fazendas, arrebatou 10 premiações,
como o Grande Campeão (Viking da Pau DAlho),
Campeã Progênie de Mãe (Leggia, com Viking
e Zingara), além do 1º Lugar como Melhor Criador.
No ano passado, a Pau D´Alho esteve presente na The
Royal Agricultural Winter Fair, participando com alguns exemplares
comprados no Canadá. Destaque para touro Granite, que
foi contratado pela Central Gencor para produzir 3.00 doses
de sêmen. O animal está prestes a desembarcar
no Brasil, Canadá, Estados Unidos e países do
Mercosul, devido um atestado internacional de exportação
do seleiro.
Seleção
para cruzamento industrial
Por
sua vez, nas cidades de Pitangueiras e Morro Agudo, região
de Ribeirão Preto, a pecuaristas Beatriz Biagi Becker,
da Beabisa Agricultura, também conta com um elevado
grau genético em seu rebanho, principalmente em função
do trabalho de transferência de embriões e da
fertilidade in vitro. Este último, trata-se de um estudo
iniciado em 1997, integrado a Gertec, Unesp/Jaboticabal, com
financiamento da Fapesp, que terá seus resultados divulgados
em junho. Esse é o papel do Estado de São
Paulo para o Simental: pesquisar, promover o aprimoramento
genético do gado e difundir tal qualidade.
Criadora de Simental desde 1991, Bia fez a opção
pela raça após sólido embasamento em
resultados dos animais. dentre seus argumentos, diz que das
raças de dupla aptidão, o Simental agrada pelo
fato de estar presente em todos os climas e continentes do
mundo. Foram o 1/2 sangue já é característico
do Simental, o que auxilia qualquer tipo de cruzamento industrial.
Não há parceria melhor para o Nelore,
afirma a pecuarista, ressaltando a participação
do Simental nos ais diversos programas de melhoramento da
carne bovina, como na formação dos animais compostos.
A Beabisa Agricultura trabalha com mais de 100 animais PO,
divididos entre todas as linhagens. Uma estratégia
que, para sua proprietária, culmina no fornecimento
do animal voltado para o gosto do pecuarista brasileiro: bonito,
produtivo, pelo liso. Enfim, com todas as boas qualidades
da raça.
Já na região de Sorocaba, mais especificamente
no Sítio Paroni, seu proprietário Vanderlei
Paroni está voltando sua produção para
o Simbrasil. Diz que deixará o Simental apenas para
a participação em pistas. Nesse sentido, vem
formando seu rebanho Simbrasil com acasalamentos sobre o Nelore,
Guzerá e Guzonel (Guzerá/Nelore). Para isso,
optou pelas linhagens Alemã e Canadense, uma vez que
pretende voltar o rebanho para a produção de
carne. Estamos verificando animais de qualidade e de
genética interessante. Na opinião de Paroni,
o Estado de São Paulo tem um grande papel no desenvolvimento
do Simental, pelo fato dos criadores aparecerem como grandes
investidores da raça. Para ele, a presença de
empresários urbanos no meio rural contribui para o
melhor direcionamento da qualidade dos animais. As propriedades
paulistas são pequenas se comparadas ás extensões
de fazendas em outras regiões, mas, aqui, a criação
é significativamente aprimorada. No Sítio
é significativamente aprimorada. No Sítio
Paroni, os animais de destaques são a vaca Simental
Oferta do Froes, de cinco anos com 1.010 kg, e o touro Simbrasil
Final do Joshef, de três anos com 1.100 kg.
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