Á
primeira vista, a denominação sexagem
de embriões parece algo já conhecido pelos
pecuaristas, já que determinar o sexo de um feto por
meio do ultrassom há muito deixou de ser novidade e
é prática comum na pecuária para quem
se utiliza de transferência de embriões. Mas
não é nada disso, alerta o pesquisador
Sidney Uvo, da Central Fábrica do Embrião, localiza
em Itú, SP que presta serviço de coleta, congelamento,
bipartição e sexagem de embriões em bovinos.
Uvo explica que Sexagem é, na verdade, a determinação
do sexo embrião coletado de uma doadora, antes de ser
transferido ou congelado, explica, acrescentando que
a técnica traz grandes benefícios ao criador,
uma vez que, se este desejar um único sexo ao nascimento,
bastará descartar a concepção dos embriões
de sexo indesejado (macho da raça Holandesa, por exemplo),
cessando uma despesa desnecessária de uma receptora,
come e exige cuidados até o momento da parição.
O pesquisador conta que tudo começou em um projeto
desenvolvido por ele em 93, onde foram produzidos 10 mil embriões
de Limousin em São Paulo para serem introduzidos em
receptoras que estavam alojadas numa fazenda localizada no
estado do Pará, gerando 5 mil gestações
ao longo de cinco anos.
Para o emprego do projeto, utilizou-se uma técnica
já desenvolvida no exterior onde pode-se extrair material
para biopsia de um embrião recém coletado e,
a seguir, congelá-los sem prejuízo nos índices
de concepção. Depois disso, a biopsia é
numerada, assim como o embrião, armazenada e analisada
em laboratório, quando é possível determinar
qual será o sexo do embrião e, assim, decidir
qual será o seu futuro, de acordo com a conveniência
do cliente.
Essa análise é feita através do DNA das
células, por isso, assegura Uvo, é extremamente
precisa e confiável, semelhante aos cada vez mais populares
exames paternidade realizados em seres humanos.
Atualmente, a Central Fábrica do Embrião é
a única que oferece comercialmente a sexagem de embriões,
com fidelidade e custo que torna viável seu emprego
na fazenda. O índice de acerto tem sido na casa de
95% nos machos e 90% nas fêmeas. Até o momento,
a Central já analisou mais de 700 embriões,
onde obteve 44% de machos e 56% de fêmeas. O índice
de concepção foi de 45% em 209 implantes (93
gestações).
Além da sexagem, outros exames com coleta de material
dos embriões poderão ser feitos em breve para
identificar a disposição do futuro ser a doenças
herdadas geneticamente e indesejáveis. E, num futuro
um pouco mais distante, conhecendo o genoma bovino, poderá,
através desse material, até mesmo determinar
características produtivas já no embrião,
como precocidade, ganho de peso ou produção
leiteira, por exemplo.
|