Dentre
os trabalhos genético que vêm sendo conduzidos
na raça Limousin, a habilidade leiteira tornou-se uma
das características que os selecionadores da raça
querem preservar, principalmente para o trabalho de cruzamento
industrial com o Nelore.
Entusiasmados com o potencial leiteiro da fêmea Limousin,
criadores fazem questão de manter essa característica
na seleções voltada para o cruzamento industrial
com o gado zebu. Na Agropecuária Maragogipe, em Camaquã
(RS), de propriedade do criador Wilson Brochmann, a seleção
de animais puros segue por esse caminho, no intuito de conseguir
o melhor desempenho dos animais cruzados nascidos na fazenda
do Grupo em Itaquiraí (MS). O rebanho puro, num total
de 550 animais, sendo 350 fêmeas, fica nas terras sulistas.
O plantel comercial, que conta com 1.500 fêmeas F1 (Limousin/Nelore),
nos limites sul-mato-grossenses. As Fêmeas Limousin/Zebu
têm condições de desempenhar um importante
papel na pecuária de corte brasileira, no sentido de
serem usadas nos trabalhos de terceira cruza. Nesse trabalho,
detectamos que as primípares F1 têm apresentado
índices de repetibilidade cerca de 20% superior ás
Nelore, pontua Brochmann, informando que sua produção
de novilho precoce no Mato Grosso do Sul é feito com
cruzamento entre fêmeas F1 (Limousin/Nelore) com genética
Bhaman e Guzerá. índice de repetibilidade de
suas primípares F1 tem sido 20% superior ás
Nelore. Em linhas gerais, a seleção está
em busca da pontencializar a habilidade leiteira, sem esquecer
das tradicionais características do Limousin, formadas
pela alta capacidade de conversão alimentar da matéria
seca em carne, precocidade sexual e fertilidade. temos perseguidos
as conformações do úbere e do teto, uma
vez que o Limousin não é uma raça terminal,
sendo interessante selecionarmos os aspectos que possam contribuir
para um trabalho á pecuária de corte nacional.
Sabemos que a fêmea Limousin conta com grande habilidade
leiteira, o que nos permite fazer uma pré-seleção
desse fator, aproveitando-o nos cruzamentos com Zebu.
Outro destaque da seleção da Agropecuária
Maragogipe é o trabalho com Limousin Mocho. De acordo
com Brochmann, animais mochos representam uma tendência
mundial, principalmente por facilitar a mão-de-obra
e o manejo. Ainda com vendas tímidas, porque seu plantel
desses exemplares está em formação, o
criador deverá colocar no mercado, no máximo,
20 animais mochos durante este ano. Temos registrado ótimos
resultados, com reprodutores mochos apresentando índices
de produtividade muito parecidos, com aspados.
Também motivado com o desempenho do Limousin no cruzamento
industrial, o proprietário da Fazenda Santa Fé
do Quebó, no município de Nobre (MT), Pierre
Josef Pfulg, diz que utiliza sêmen de touros franceses
e canadenses em seu trabalho de seleção. Geneticamente,
são dois caminhos a seguir. Uma mistura que se torna
importante, á medida que se conta com linhagens diferentes
e se aproveita as melhores característica de cada uma,
diz ele, resumidamente comentando que os animais franceses
são mais curtos, enquanto que o canadenses são
mais longos e de maior aptidão leiteira.
Diante disso, vale ressaltar que a Fazenda Santa Fé
do Quebó não produz animais puros para comercialização.
Os cerca de 20 touros puros que possui é para servir
o próprio trabalho na propriedade, para repasse das
fêmeas depois da inseminação artificial.
No entanto, Pfulg implantou um programa de animais, puros
por cruza (PC), no qual as melhores fêmeas são
reaproveitadas, no intuito de se chegar a exemplares 3/4,
7/8 e 15/16. Com a mistura do sangue Zebu, os animais prometem
atender ás necessidades da região, apresentando
melhor adaptabilidade ás condições locais,
em função de sua rusticidade.
Atualmente, entre 250 e 300 fêmeas só
as cabeceiras participam do programa PC. A propriedade
está com animais 3/4 mas não colocou á
venda. De acordo com o criador, é preciso apurar, o
grau de sangue para 7/8 e 15/16 para comercializar os exemplares,
com o intuito de que contribuam com o desenvolvimento da pecuária
local. Os primeiro produtos para venda começarão
a nascer mo ano que vem.
No trabalho de cruzamento industrial, Pfulg conta com 2.000
fêmeas para serem acasaladas com Limousin durante todo
o ano. São todas Nelore comercial, que, ao longo dos
anos, já passaram pelos critérios de seleção
da propriedade. Os machos vão para o abate entre 24
e 26 meses, com cerca de 15 a 16 arrobas. São tratados
com Bachiária brizantha, sendo que, no inverno, os
animais terminais recebem sal proteinado e silagem de sorgo.
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