Uma
infinidade de negócios e oportunidades está
disponíveis na Internet. O setor rural parece ter sido
um dos últimos a aderir ao mercado mundial dos computadores,
mas já conta com uma grande gama de sites na rede.
O mundo virtual chegou ao setor agropecuário, criando
um mercado diferente, com a proposta de servir como mais uma
ferramenta pra pecuaristas e agricultores atuarem nos negócios
rurais. Dados do USDA, o Ministério da Agricultura
dos Estados Unidos, indicam que, em 1999, cerca de 47% das
fazendas norte-americanas tinham acesso a um computador e
29% estavam conectadas á Internet, sendo que, em 1997,
esse índice estava em 13% das 2,1milhões de
fazendas dos países. Dessa forma, projeções
apontam que, para 2001, aproximadamente 52%, o equivalente
a 1,1 milhão das propriedades rurais, estarão
conectadas á Internet. Para 2003, serão 1,5
milhão, o que representará 70%. Por fim, em
2005, a expectativa é de que mais de 1,7 milhão
de fazendas estarão ligadas á rede, o que significará
80% do total de fazendas.
No Brasil, os números ainda são pequenos estimando-se
que de 4% a 8% dos agropecuaristas nacionais tenham acesso
á Internet. Um percentual que tende a crescer á
medida que se descobrir o valor prático de se conectar
sites voltados especialmente para o setor. Provavelmente,
nossa única chance de disputar e até mesmo de
sobreviver num ambiente tão competitivo é deixarmos
de correr atrás do trem da história tentando
alcança-lo, mas ir em busca de alguns pontos futuros
onde esse trem poderá passar. Aí, sim,tomarmos
a dianteira dos rumos da história, diz o coordenador
do www.agrosoft.com.br, Paulo Villela, em seu estudo sobre
O Impacto da Internet no Agronegócio.
O Agrosoft é um dos mais antigos sites da área
rural no Brasil, no ar desde janeiro de 1996. Divulga notícias
sobre o universo agropecuário, em especial sobre agroinformática,
além de ministrar cursos á distância pela
Internet e permitir intercâmbio de informações
entre seus usuários. No mês de fevereiro, considerado
fraco para Villela, o endereço registrou 33.203 páginas
visitadas. Os assuntos mais consultados referem-se a qualidade
de software, hidroponia, ISO 9126 (a ISO 9000 relativa a qualidade
de software) e soja. Dentre os serviços do site, os
interessados podem receber,gratuitamente o boletim semanal
Agrosoft Online, enviado semanalmente por e-mail. Atualmente,
quem mais freqüenta o site ainda é o público
urbano, mas a tendência mostra o público rural
irá, cada vez mais, acessar a Internet para obter informações
online, aperfeiçoar-se em curso e fazer negócios,
pontua Villela.
Por sua vez, no endereço www.ruralsite.com.br, o visitante
encontrará, na forma de links a outros sites, informações
voltadas ao setor agropecuário. Também é
possível participar de fóruns de discussão
de diversos assuntos e incluir, gratuitamente, produtos, serviços,
eventos e trabalhos científicos. O intuito do site,
segundo uma das responsáveis do ruralsite, Priscila
Lotufo, é servir como ponto de partida para a busca
de informações e para conseguir contatos com
outras pessoas ligadas á área. No ar desde julho
de 1997, o endereço computa, atualmente, cerca de 15.000
acessos por mês. Temos observado, principalmente pela
grande quantidade de e-mails que recebemos, que os usuários
estão bastante interessados em questões sobre
novas tecnologias e alternativas para começar uma nova
produção, comenta Priscila.
Na opinião dela, o setor agropecuário está
se beneficiando pela facilidade e rapidez da Internet em se
conseguir dados sobre os mais diversos assuntos. A internet
está possibilitando que produtores de regiões
distantes entrem em contato entre si e consigam se manter
bem informados mesmo longe dos centro tecnológicos.
Por meio longe de nossos cadastros, notamos que há
um grande número de pessoas do interior do interior
em contato com a gente, o que demonstra que o público
rural não está fazendo uso da Internet.
Biblioteca
virtual
Com
o intuito de se tornar uma biblioteca virtual, o endereço
www.bichosonline.com.br, criado em outubro de 1998, busca
atingir não apenas o produtor rural, mas, também,
os criadores da cidade, estudantes, pesquisadores e cientistas.
Disponibilizando cerca de 250 artigos técnicos, o site
deve chegar até o final do ano com um acervo de mil
trabalhos. Para garantir a qualidade dos estudos, o Bichos
Online conta com o respaldo do professor Omar Miguel, coordenador
do curso de Medicina Veterinária da Universidade (Uniban),
que analisa se há fundamentação para
sua publicação. De acordo com o diretor Técnico
do site, Ronaldo Ribeiro Mendes, a biblioteca possui os mais
variados assuntos sobre animais. Os maiores volumes ficam
com os segmentos comercialmente mais forte, como o de bovinos
(corte e leite),equ6uinos e pet.
Como o acesso de aproximadamente 1.400 usuários/mês,
o Bichos Online disponibiliza, também, links para associações,
agenda do setor, notícias mensais e uma seção
de banho e tosa, com dicas para cinco raças de cães.
Há, ainda, um guia de fornecedores com cerca de 10.000
empresas cadastradas, contendo um leque de 1.500 a 2.000 tipos
de produtos e serviços. Funciona como uma páginas
amarela para o setor. O usuário faz downloads e arquiva
no seu próprio computador, explica Mendes.
No ar desde outubro do ano passado, o www.clubedofazendeir.com.br
aparece como um dos sites mais completos do setor. Um verdadeiro
portal em que o visitante entra em contato com questões
econômicas, o comerciais e culturais do setor rural.
O endereço carrega os 25 anos de experiência
no universo agropecuário do diretor Superintendente,
José Luiz Ballalai Cotrin, e do diretor de Relações/Mercado
Agropecuário, Hélio Panzoldo de Souza
ambos trabalham no circuito Manaus/Roraima e participaram
de diversas entidades de classe. Vivemos em vários
`brasis`tanto, consideramos as origens, a cultura e a economia
local. Afinal, o que serve para a Bahia não é
indicado, por exemplo, para o Rio Grande do Sul. Temos exemplo,
para o Rio grande do Sul. Temos de tratar o universo rural
de forma segmentada, ressalta Cotrim.
Além disso, segundo Souza, há a preocupação
de mostrar os valores d campo, deixando explícita sua
importância no dia-a-dia das pessoas. Para tanto, ele
diz que o setor primário aparece como o único
setor que tem o poder de multiplicar de multiplicar riquezas.
Com um saco de feijão, é possível colher
outros 30. Por sua vez, a indústria transforma e o
comércio manipula tais riquezas, mas não multiplicam.
Sem implantar uma campanha de marketing, o Portal vem registrando
cerca de 15.000 pageviews/mês. Atualmente, 85% do conteúdo
está disponibilizado no site, mas os diretores garantem
que o endereço estará completo já a partir
do mês de abril. Entre seus serviços, o Clube
do Fazendeiro conta com uma seção de Notícias,
que vão ao ar durante todo o dia, com hora e data marcadas.
Elas ficam arquivadas por seis meses, para servir de consultoria
para usuários que precisem resgatar alguma informação.
Há, também, cotações, negócios
e oportunidades, um guia de fornecedores, um guia de produção
e uma área reservada para a memória agropecuária.
Todos levando em consideração a distribuição
geográfica, com subsídios para que o produtor
tenha respaldo para decidir se vale á pena investir
em determinada cultura na região em que se localiza
propriedade.
Informação é a matéria-prima do
www.agrocast.com.br, um site desenvolvido pela Agência
Estado. Exclusivo para assinantes, o endereço se propõe
a fornecer notícias e análises especializadas,
com o intuito de rentabilizar o negócio do produtor
do produtor. Trata-se de um site pago, cujo módulo
básico é composto pelas seções
Agronews, Finanças, Agenda,
Hoje nos Jornais, Integras, Classificados,
Bookmarks e Fórum. As opcionais
Tempo INPE, Tempo EMBRAPA; e Agropreços
(seguindo do nome de um produto agrícola: algodão,
arroz, aves, bovinos, café, açúcar, citrus,
milho, soja, suínos, insumos). O conteúdo é
utilizado nos dias úteis das 7:30 ás 20:00,
cujo acesso é feito mediante uma senha enviada por
e-mail no ato da assinatura Para pessoa física, a mensalidade
do módulo básico está em R$ 90,00,podendo
chegar até R$ 312,00, com a junção de
13 módulos opcionais.
Business
to business
Um
dos site agropecuários recentes na Internet é
o www.agrosite.com.br, lançado em 17 de fevereiro deste
ano, com o objetivo de ser uma plataforma de negócios
para produtores rurais. O acesso é gratuito e pode
fazer compras direto com fornecedores, sem o pagamento de
comissões. De acordo com o diretor Geral do Agrosite,
Renato Skaf dos Santos, os produtores também podem
formar pool de compras para realizar uma aquisição
em grande volume, o que conseqüentemente baixa o preço
da mercadoria. Em abril, devem entrar no ar os leilões
reversos. São chamados assim, porque ao invés
de se ter a oferta e os lances, agrega-se produtores interessados
em comprar uma mesma mercadoria e corre-se atrás para
encontrar o melhor preço. O site foi criado para trabalhar
no conceito business to business, aproximando os integrantes
do setor agropecuário e criando uma comunidade de negócios.
Dessa forma, contribuir para aumentar a eficiência do
agribusiness no País.
O teste de mercado foi realizado na Argentina como o lançamento
do endereço www.agrositio.com, em novembro do ano passado.
Sem divulgar números, Skaf garante que em 10 dias de
Brasil, o site registrou o mesmo número de visitantes
que o primeiros quatro meses da Argentina. Até o Final
de 2000, objetiva-se expandir a atuação para
a América Latina, chegando ao México Uruguai,
Chile, Colômbia, Venezuela e Paraguai, com planos de
investimentos da ordem de Us$ 16 milhões somente para
este ano. De todo países, o Brasil deve representar
45% a 50% do faturamento do nosso trabalho, porque possui
a maior economia, mas, também pela grande adesão
ao mercado virtual, calcula Skaf.
Por fim, a FNP Consultoria & Comércio, uma das
empresas mais conceituadas em agronegócios, acaba de
disponibilizar seu site: www.fnp.com.br . No endereço,
é possível conferir gráficos e tabelas
das mais variadas estatísticas do setor rural, com
a credibilidade dos dez anos de experiência da empresa.
Só para lembrar, a FNP é conhecida, dentre outras
atividades, pela publicação do Anualpec (Anuário
da Pecuária) e do Agrianual da Agricultura).
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