Depois
de avaliar resultados de cruzamentos com diversas raças,
a Fazenda Santa Cecília da OMF, de Araçatuba,
SP, decidiu trabalhar apenas com a Marchigiana.
De 1997, o criador Oscar Maroni Filho colocou 1.200 animais
em teste para avaliar as performances de cruzamento industrial
com o Nelore. Divididos entre as raças Blonde DAquitaine,
Limousin, Simental, Pardo Suíço, Red Angus e
Marchigiana. Com a consultoria da Genesys, uma empresa de
Porto Alegre, sua propriedade em Araçatuba (SP), a
Fazenda Santa Cantarina Cecília da OMF, passou a ter
o controle de DEPs dos animais, cujos resultados mostraram
a vocação de seu rebanho para o gado Marchigiana.
Chegamos a um consenso de que as respostas de produção
eram são excelentes, registrado de 300g a 400 g a mais
na média de ganho de peso diária dos animais
em terminação em confinamento. Todos sob as
mesmas condições de clima e alimentação,
comenta o gerente de pecuária, Gilberto Castilho.
Tal desempenho impulsionou a produção de F1
(Nelore/Marchigiana), trabalho que conduzirá o perfil
da propriedade nos próximos anos. Para isso, a fazenda
conta com um rebanho de 5.200 cabeças cruzadas, mais
97 vacas Nelore puras, inseminadas com sêmen de touro
Marchigiana. O gado fica no sistema de pastejo rotacionado,
sendo que os animais em terminação vão
para confinamento. Aos sete meses, os animais são desmamados,
com peso em torno de 235 kg. Ficam até os 14 meses
em pastagem de capim Mombaça, de onde saem com aproximadamente
340 kg. Vão para o confinamento por, no máximo,
120 dias, permanecendo com uma dieta de silagem de capim Mombaça
e ração preparada na própria fazenda
á base de polpa cítrica, farelo de algodão,
milho, mineral e rumenzin. Deixam a terminação
com 480 kg a 520 kg, em média. Em 1999, a Santa Cecília
da OMF mandou para abate 1.889 animais, número que
neste ano deve chegar a duas mil cabeças. Não
há monta natural, tudo com inseminação
e transferência de embriões, ressalta Castilho.
Ainda sobre a decisão de optar pelo Marchigiana, o
gerente de pecuária comenta que, enquanto os cruzamentos
de outras raças esgotavam a capacidade de ganho de
peso aos 480 kg, o Marchigiana continuou incorporando de 1,4
kg a 1,5 kg por dia para os permanecerem mais 30 dias em confinamento
e 1,1 a 1,2 kg para os que ficaram 60 dias. Prova de que a
carcaça do Marchigiana tem como encher, finalizou Castilho.
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