O
abate de cruzamento industrial de Marchigiana com Nelore é
bem vindo nos frigoríficos brasileiros. No entanto,
a constância de produção aparece como
um requisito essencial para um trabalho mais ativo de divulgação
da qualidade da carne.
A qualidade de carne e o rendimento de carcaça tem
atraído os donos de frigorífico á raça
Marchigiana. No município de Promissão, interior
do Estado de São Paulo, o pecuarista Jairo Dias, dono
da Fazenda JJ, foi mais longe e está prestes a colocar
em funcionamento seu próprio frigorífico, o
Frigodias Frigorífico Ltda. Uma empresa moderna,
com o processamento digital, voltado para o abate de novilhos
precoce e super-precoce. A inauguração teria
acontecido em dezembro de 1999, mas decisões estratégicas
para entrar na lista geral de preços da Comunidade
Européia fez com que as obras fossem ampliadas e o
início dos abates adiado para abril deste ano. A estrutura,
que abateria 40 cabeças/hora.
Criadores de Marchigina desde 19996, Dias fazia somente a
cria de seus cruzamentos, passando a recria e a engorda para
outros pecuaristas. Agora, vem segurando a produção
precoces para abater no frigorífico e, com isso, mostrar
os resultados da raça também na comercialização.
O rendimento médio de carcaça é de 56%,
o que corresponde a 11% a mais do rendimento que se tem com
outras raças. Bom para o Frigorífico, que tem
mais do rendimento que se tem com outras raças. Bom
para o frigorífico, que tem mais carne, e para o pecuarista,
que consegue o boi mais cedo para mandar para o abate. É
um gado que gira rápido, avalia.
Para garantir o fornecimento de novilhos precoce e super-precoce,
ele prevê que a JJ deverá entregar cerca de 2.000
cabeças/ano. A parceria com a Engenharia Agropecuária
Faganello, de Araçatuba (SP), e a Granja Katayama,
de Guararapes (SP), que também fornecerão 2.000
cabeças/ano cada uma, será fundamental para
a realização desse trabalho com o cruzamento
industrial Marchigiana/Nelore há contatos com
a Fazendas Reunidas Boi Gordo para a entrega de cinco a sete
mil cabeças/ano. Entusiasmado com a nova atividade,
Dias anuncia que, para o ano que vem, estará abrindo
três boutiques de carne, em Campinas, São José
do Rio Preto e, ainda a decidir, Santos ou Ribeirão
Preto.
Por sua vez, o proprietário do Frigoestrela
Frigorífico Estrela, do município de Estrela
D´Oeste (SP), Vadão Gomes, está entusiasmado
com os resultados dos cruzados Marchigiana/Nelore que vem
confinando em sua propriedade, a Fazenda Turbilhão.
No ano passado, um total de 250 machos chegaram aos 16 meses
com 292 kg de média. Faz 20 anos que trabalho com carne
e nunca havia me deparado com tamanha precocidade. Segundo
ele, qualidade do cruzamento industrial com Marchigiana se
encaixa nas exigências do trabalho frigorífico.
É adequada para os padrões de comercialização
nacional. Além disso, os padrões de comercialização
nacional. Além disso, o rendimento de carcaça
depois da desossa fica em torno de 2,5% a mais que a média
dos animais que estamos acostumados abater.
Com a proposta de também trabalhar com o cruzamento
industrial Marchigiana/Nelore, o gerente de Controle da Qualidade
e responsável Técnico da Área de Suprimento
de Matéria-prima do Frigorífico GJ, de Promissão
(SP), Ricardo Luís Salmi Andrade, faz questão
de lembrar que ainda faltam animais para um trabalho mais
intenso. de Acordo com ele, para o frigorífico, a raça
só passa a ser boa quanto há volume de produção.
É a maneira que temos para podermos avaliar as condições
da carne a partir de uma visão industrial e comercial.
Sem escala, os resultados desses cruzados ficam diluídos
no geral dos abates, não permitindo um acompanhamento
mais próximos das condições de sua carne.
Lembrando da pouca cobertura de gordura do Marchigiana, Andrade
diz que é fundamental conhecer o comportamento da carne
na refrigeração. Trata-se de uma carne magra,
com cobertura diferente da que os frigoríficos estão
acostumados a indústria. Diante disso, ele ressalta
que a qualidade do Marchigiana pode contribuir para o trabalho
de exportação principalmente do colchão
mole e do lagartoem função de não haver
marmoreio da carne para esses corte o Marchigiana tem
pouca gordura intramuscular, indesejáveis para esses
corte. No entanto, Andrade lembra que, para o contra-filé
seria necessário um mínimo de cobertura de gordura,
pelo menos três milímetros, para oferecer boas
condições de congelamento. O que sabemos ainda
aparece em condições muito gerais, pois os abates
são esporádicos e não foi possível
traçar uma análise específica para o
cruzamento industrial com Marchigiana.
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