Agricultura

UNICA vai à China promover o etanol

Promover o etanol como solução para melhoria da qualidade do ar nas grandes cidades. Esse é o principal objetivo dos executivos da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) que desembarcam este fim de semana em Pequim, na China.

O presidente do Conselho Deliberativo da UNICA, Marcelo Ometto, o diretor-presidente, Evandro Gussi, e o diretor executivo da entidade, Eduardo Leão, integram uma comitiva multisetorial, liderada pelo governador de São Paulo, João Dória, e cinco secretários estaduais (Fazenda e Planejamento, Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Abastecimento, Transportes Metropolitanos e Relações Internacionais) para a promoção de negócios entre Brasil e China.

Os executivos da UNICA aproveitarão a missão para promover o etanol e mostrar o impacto positivo na melhoria da qualidade do ar a partir do uso do biocombustível no Brasil. Com esse objetivo, nos dias 5 e 6 de agosto, os representantes do setor sucroenergético participarão de reuniões com empresas da área automotiva, petróleo e bioquímica. Entre os pontos a serem discutidos estão a experiência brasileira, logística e possíveis parcerias futuras.

“O etanol revolucionou a qualidade do ar nas cidades brasileiras. Desde o lançamento do carro flex, em 2003, 535 milhões de toneladas de CO2eq foram deixadas de ser lançadas na atmosfera por conta do etanol hidratado e anidro, adicionado na proporção de 27% à gasolina. E isso também pode acontecer em outros países”, explica Evandro Gussi.

InvestSP

A missão, que reúne 31 representantes de empresas e entidades representativas, foi organizada pela InvestSP, a agência de promoção de exportações e investimentos do Estado de São Paulo e tem como objetivo apresentar aos chineses oportunidades de investimento disponíveis no estado e ampliar as relações comerciais com o mercado chinês. Açúcar e etanol estarão na pauta de encontros com consultores, bancos e em rodadas de negócios.

Integram a comitiva empresas e entidades representativas das áreas de varejo, agronegócio, alimentos e bebidas, inovação e tecnologia, infraestrutura e investimentos e serviços. As empresas que compõem a missão representam uma receita anual superior a R$ 50 bilhões e possuem planos para investir pelo menos R$ 40 bilhões ao longo dos próximos três anos.

“Estamos bastante entusiasmados com essa missão liderada pelo governador João Doria, particularmente com as perspectivas de cooperação para o etanol. Essa iniciativa ilustra a importância da parceria entre os setores público e privado na busca de benefícios ao nosso país”, destaca Eduardo Leão.

Brasil e China

A interlocução entre os dois países tem avançado nos últimos meses. Em maio, a China se comprometeu a não renovar a política de salvaguarda para a entrada de açúcar estrangeiro no país. A medida sobretaxa volumes extra-cota, com tarifas que chegaram a 95%, o que reduziu os envios da commodity ao país asiático, até então um dos principais mercados do Brasil. Com o fim da salvaguarda, a expectativa é de que o volume de açúcar exportado volte aos patamares anteriores à medida.

Além de ser um dos maiores mercados do mundo para o açúcar, o governo chinês sinalizou a adoção de uma mistura de 10% de etanol na gasolina até 2020 e o Brasil tem a expertise para apoiar o atingimento dessa meta.

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