Agricultura

Pesquisas avaliam uso de biológicos para controle de pragas e doenças na agricultura

Insetos predadores, parasitoides e microrganismos estão sendo usados para controlar as pragas, doenças e nematoides nas lavouras do Brasil. Esse controle biológico é uma das ferramentas que podem compor o manejo integrado de pragas e doenças. Dados da Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio) mostram crescimento de 70% no último ano do mercado brasileiro de defensivos biológicos.

Durante o XIX Encontro Técnico Soja Fundação MT, realizado em Cuiabá/MT, foi apresentado resultados de pesquisas com uso de biológicos para controle de pragas, doenças e nematoides. Na pesquisa realizada pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, em parceria com a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) no Centro de Aprendizagem e Difusão (CAD), localizado na região do Parecis, em Mato Grosso, há experimentos com manejo biológicos, químicos e integração de biológicos e químicos no controle de pragas, a fim de observar o controle e o momento adequado para uso de cada ferramenta dependendo do alvo.

“O uso do controle biológico contribui para reduzir a evolução da resistência, sendo que o uso intensivo de um produto químico pode levar a uma tolerância e, evolução da resistência a determinados produtos ao longo do tempo. Nos experimentos que conduzimos com produtos biológicos e, com integração de biológicos e químicos foi possível observar eficiência no controle e de determinadas nas lavouras de soja e milho”, disse Lúcia Vivan, entomologista da Fundação MT.

Assim como outras ferramentas de controle dos fatores limitantes da sojicultora, os produtos biológicos também precisam ter o posicionamento correto e ser feito na hora certa. “Assim podemos ter maior obtenção da eficiência desses produtos, que não competem com os químicos, mas sim, fazem parte do conjunto do manejo integrado”, afirmou Leandro Grassi de Freitas, fitopatolgista e nematologista da Universidade Federal de Viçosa.

Pesquisas realizadas por Marco Antonio Nogueira, da Embrapa Soja, mostram que técnicas de inoculação de bactérias podem aumentar produtividade da soja. “O uso de inoculantes no Brasil vem crescendo substancialmente nos últimos anos. De cerca de pouco mais de 20 milhões de doses em 2012/13, chegamos nessa safra à marca de cerca de 80 milhões de doses comercializadas no país, incluindo Bradyrhizobium e Azospirillum em coinoculação. Estima-se que a taxa média de adoção de inoculantes na cultura da soja no Brasil seja de 78%, mas isso não significa que a inoculação seja feita adequadamente. Ainda há o que melhorar em termos de qualidade da inoculação/coinoculação.”

O controle biológico é, de acordo com Cecília Cezpak, professora e pesquisadora da Universidade Federal de Goiás (UFG), uma das táticas do manejo integrado de pragas (MIP) e tem uma importância fundamental tão qual as outras táticas. “Toda a decisão de controle de pragas deve ser baseada em um conjunto de informações. A escolha e o uso inteligente de táticas de controle que produzirão consequências favoráveis sob os pontos de vista econômico, ecológico e sociológico.”

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