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Marcos Jank defende internacionalização do agronegócio brasileiro para a consolidação da relação com a Ásia

Na semana em que uma comitiva do governo federal esteve na China participando do encontro entre representantes da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e da China Agricultural University (CAU), a aproximação entre os dois países foi tema de uma palestra ministrada na Esalq por Marcos Jank na última sexta-feira, no Pavilhão de Economia.

Titular da cátedra Luiz de Queiroz, Jank é uma das referências quando o tema é a globalização do agronegócio. Assim, a inserção do Brasil naquilo que o catedrático chamou de Nova Geografia Agro é algo urgente e demandará ao País ultrapassar desafios ainda caros à nossa realidade como gargalos logísticos e a ainda tímida presença da cadeia agro brasileira nos principais centros mundiais.

Durante sua fala, Jank mapeou o salto que o Brasil deu na segunda metade do século 20, quando apostou em inovação para o desenvolvimento da pesquisa em agricultura tropical. “Além disso, a desregulamentação e a liberalização ampliaram a nossa rede de relacionamento e de produtos a serem ofertados ao mercado externo, o que colocou o Brasil como player global no agronegócio”, detalha.

Jank explicou ainda, para uma plateia formada por docentes, graduandos e pós-graduandos em Economia da Esalq, que o País conta com uma pauta diversificada, puxada pela soja, celulose, açúcar e etanol e que precisa estar alinhado a uma nova configuração geográfica nas relações internacionais envolvendo as commodities agrícolas. “Estamos acompanhamento o fortalecimento de um eixo de circulação de produtos que nasce na Ásia e segue em direção à África e ao Brasil, regiões nitidamente consideradas como as principais produtoras em um futuro próximo”. Essa redesenho se definiu ao longo das últimas duas décadas. “No ano 2.000 o Brasil exportava principalmente para os Estados Unidos e Europa. Hoje, a China consome 52% dos produtos agro que exportamos”, complementa Jank, que viveu na Ásia durante os últimos quatro anos e percebeu um continente múltiplo em oportunidades.

“É um continente caracterizado pela multiplicidade, seja cultural e étnica, seja pelas paisagens naturais ou pelos costumes de seus povos”. Fato é que, segundo Jank, essa nova geografia agro exigirá do Brasil enfrentar cinco grandes desafios. “Precisamos melhorar nossa competitividade, diferenciar nossos produtos, ter mais acesso a mercados a partir de negociações constantes, melhorar nossa imagem ou mesmo construir uma imagem onde ainda nem somos conhecidos e, finalmente, necessitamos internacionalizar o setor. Nossas empresas e associações precisam estar presentes nesses países, todos os dias, construindo um relacionamento positivo”, finalizou.

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