Pecuária

RS supera todas as barreiras para garantir a vacinação

A manutenção do status sanitário do rebanho gaúcho passa pelo sucesso das campanhas de vacinação contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul – a primeira etapa da campanha de 2019 está em andamento e prossegue até o dia 31 de maio. É um momento de superar desafios na imunização dos animais, como é o caso dos fiscais estaduais agropecuários da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) que atendem seis famílias e 400 animais na ilha Butuí, do município de Ita-qui, a 640 quilômetros de Porto Alegre.

Não é praxe que a Secretaria faça o trabalho de imunização, apenas em situação de vulnerabilidade do status sanitário, em ação chamada Agulha Oficial. Esse é o caso da ilha. “Butuí se encontra no rio Uruguai, a uma distância de 200, 300 metros da Argentina, então a gente tem uma atenção diferenciada para este local”, explica a fiscal estadual agropecuária Alessandra Gavião, da Inspetoria de Defesa Agropecuária de Itaqui.

Para chegar à ilha Butuí, os fiscais da Seapdr combinam a visitação antecipadamente com os moradores. “Dependemos da população da ilha para fazer a travessia, então é tudo combinado. Fazemos a travessia do rio Butuí com o barco deles”, conta Alessandra.

A parceria não acaba por aí. Como a ilha não tem energia elétrica, não há como armazenar as vacinas contra a febre aftosa no local. Para contornar o problema, produtores e fiscais da Seapdr se aliaram: os moradores compram as vacinas, que ficam mantidas na Inspetoria de Defesa Agropecuária de Itaqui. Depois que todas as doses necessárias já foram adquiridas, os fiscais da Secretaria da Agricultura marcam uma visita e levam as vacinas para imunizar os animais. A vacinação deste ano na ilha Butuí ocorre na segunda quinzena de maio.

A ilha não tem energia elétrica, assim, não há como armazenar as vacinas. Os moradores compram as doses, que ficam mantidas na Inspetoria de Defesa Agropecuária de Itaqui/RS.

De pai para filho

A produtora Marlene dos Santos Fernandes, parte da quarta geração de moradores da ilha, destaca que a presença dos fiscais traz segurança aos moradores. Ela lembra o último surto de febre aftosa no estado, ocorrido em 2001. “Graças a Deus não chegou aqui, mas já naquela época se vacinava”, frisa. Uma consciência sobre a importância da imunização que vem passando de pai para filho. “Isso aqui é de geração em geração. O bisavô dos meus filhos nasceu aqui, o avô dos meus filhos nasceu aqui, o pai dos meus filhos nasceu aqui, meus filhos nasceram aqui na ilha e hoje criam seus filhos aqui”, detalha, orgulhosa. Além do trabalho de vacinação contra a febre aftosa, os fiscais da Seapdr também fazem uma avaliação física dos 400 animais da ilha e outras campanhas de educação sanitária. “Entre as etapas de vacinação, também fazemos visitas e conversamos com os produtores, explicando a gravidade da doença, os sinais clínicos, a importância da notificação imediata. Somos muito próximos do pessoal, eu tenho os celulares deles e eles têm o meu”, finaliza Alessandra.

“A ilha do Butuí é um exemplo de como a sociedade civil e o governo do Estado fazem para contribuir para que o Rio Grande do Sul se mantenha livre de aftosa. Essa unidade que temos que co-memorar, bons exemplos que o Rio Grande do Sul merece ter para se divulgar”, destaca o secretário Covatti Filho.

Texto: Elaine Pinto • Fotos: Fernando Dias

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