Política

Ministra apresenta a japoneses áreas do agronegócio com potencial de investimento

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) iniciou nesta quinta-feira 09 de maio a agenda de compromissos no Japão. O primeiro foi uma reunião com o vice-presidente da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), Kazuhiko Koshikawa, e demais membros da organização.

Na reunião, a ministra, acompanhada do embaixador do Brasil no Japão, Eduardo Saboia, apresentou dados da produção agrícola e áreas com potencial de investimento externo.

Tereza Cristina ressaltou que a Jica é uma “parceira de longa data” do Brasil, citando o Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento dos Cerrados (Prodecer), que tem mais de 40 anos de criação. Na avaliação da ministra, uma das áreas com possibilidade de atuação conjunta é a Matopiba (que compreende o bioma Cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e responde por grande parte da produção brasileira de grãos e fibras).

“Viemos reavivar essas relações de cooperação, amizade e parceria tecnológica com essa instituição que tanto já ajudou o Brasil e queremos que continue sendo nosso parceiro principal aqui no Japão”, disse a ministra.

O vice-presidente da Jica saudou a melhora no ambiente de negócios no Brasil e relembrou parcerias com o país nas décadas de 1970 e 1980, como exploração de minérios em Carajás (PA) e o complexo Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra), instalado em Minas Gerais. Koshikawa demonstrou interesse em repetir grandes empreendimentos como esses no Brasil.

A Jica comprometeu-se em ajudar o Brasil a atrair investimentos japoneses para infraestrutura de transporte dos produtos agropecuários (ferrovias, rodovias e aeroportos).

Depois, a delegação brasileira reuniu-se com a Federação das Indústrias do Japão (Keidanren).

Aos empresários japoneses, a ministra Tereza Cristina apresentou os setores do agronegócio brasileiro com interesse em investimentos externos. “Há oportunidades ao longo de todas as cadeias produtivas do agronegócio: insumos, maquinários, produção, processamento, estocagem, distribuição e transporte. O aumento contínuo da produtividade no campo será realizado via implementação de processos inovadores de produção. As principais áreas de inovação que o Brasil busca investimentos externos são: conectividade nas áreas rurais, isso é importantíssimo, agricultura de precisão, rastreabilidade, mecanização agrícola de última geração e automatização”, disse.

A ministra destacou ainda que além de “uma potência agrícola, o Brasil é também uma potência ambiental”. Tereza Cristina citou que 66% do território nacional são cobertos de vegetação nativa e que o Código Florestal determina ao agricultor conservar de 20% a 80% da vegetação nativa, dependendo do bioma. Outra medida destacada pela ministra é a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iPLF), que integra o Programa Agricultura de Baixo Carbono. Em 2016, conforme a ministra, cerca de 12,6 milhões de hectares já adotavam a prática de iPLF.

“O Brasil se soma à comunidade internacional na sua preocupação com os efeitos da mudança do clima na agricultura e na segurança alimentar”, disse.

Tereza Cristina ressaltou, aos representantes da Jica e da Keidanren, ainda as medidas adotadas pelo governo federal para melhoria do ambiente de negócios no país, entre elas a reforma da Previdência e a Medida Provisória da Liberdade Econômica, editada em abril, a reforma tributária, desburocratização e simplificação de processos. “Essas medidas devem tornar o Brasil um destino ainda mais atraente para investidores externos”, afirmou.

O embaixador Eduardo Saboia destacou que mais da metade das importações de carne e frango do Japão são provenientes do Brasil, o que atesta a qualidade dos produtos, já que o mercado japonês é considerado um dos mais exigentes do mundo. “Dobrar a qualidade e segurança da produção, melhorar o ambiente de negócios para investidores nacionais e estrangeiros. Em menos de seis meses de atuação, o ministério teve resultados importantes em áreas como agricultura familiar, pesca e ampliação de zonas de febre aftosa sem vacinação”.

Os empresários fizeram várias perguntas sobre conjuntura brasileira e oportunidades de negócios no país. O diretor da Keidanren, Takao Omae, ressaltou que o Brasil tem demonstrado interesse em se tornar mais competitivo na exportação de grãos e, para isso, pretende melhorar o escoamento da produção via portos. Ele lembrou que 80% da produção são escoadas via portos do Sul do Brasil, e que é preciso aumentar a participação dos portos localizados na Região Norte. Segundo ele, esse é um ponto de diálogo entre Japão e Brasil.

A ministra convidou os empresários a visitarem o interior do Brasil e também conhecerem áreas em que possam investir.De acordo com a ministra, 46 projetos estão em andamento no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), sendo 35 no setor de transporte, somando quase US$ 27 bilhões.

Na comitiva, estão presentes o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Orlando Leite Ribeiro, demais integrantes do ministério e diplomatas, além de representantes de empresas brasileiras e deputados federais, entre eles o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Alceu Moreira (MDB-RS).

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