Pecuária

Uma rentabilidade de fazer inveja

Um investimento de R$ 24.500 em sete vacas Limousin PO. Inicialmente, essa foi a largada para que o pecuarista José Soares Cardoso Neto passasse a ser mais um defensor da raça. As fêmeas chegaram na Fazenda Santa Izabel, no município de Cafeara, PR, há dois anos e, de lá para cá, só fizeram produzir embriões para que o criador multiplicasse seu rebanho – em pouco mais de um ano, chegou a registrar o nascimento de 19 animais, originários de uma só vaca. No final deste ano já serão mais de 00 animais puros, que engrossarão um plantel onde a desmama vale, n mínimo, R$ 50,00 a mais que as outras raças.

Entusiasta com os resultados do Limousin chegou a convencer o pai, Flávio Maia Cardoso, hoje dono de propriedades destinadas ao cruzamento industrial, a entrar no negócio e conferir as vantagens econômicas desse gado. Nas fazendas do Acre, Mato Grosso do Sul e Paraguai, eles coordenam uma atividade de inseminação artificial, que utiliza sêmen Limousin em aproximadamente duas mil vacas Nelore. Em 1999, esse número deve subir para três mil, o que mostra a confiança numa genética apropriada para a produção de carne. ” O Limousin é campeão em rendimento de carcaça. Em época de vacinação, percebemos, na prática, que a agulha a seringa penetra no couro dos touros como se estivesse sendo aplicada em bezerro”, constata Neto. Para fazer o repasse das vacas que não apresentam prenhez com a inseminação, o pecuarista não abre mão da cobertura natural.

Segundo ele, o touro Limousin é precoce e não perde o vigor depois de três ou quatro anos. “Os animais se mantêm com peso em 700 kg e 750 kg, sem excesso de peso para prejudicar sua vida reprodutiva.” Outro fator que chama atenção para o pecuarista é a facilidade de parto. Por preferir trabalhar com novilhas, diz não se preocupar com problemas de nascimento, pois os bezerros sempre nascem pequenos. Satisfeito com o desempenho produtivo e o valor comercial que a raça desfruta no mercado, Neto traçou um comparativo entre algumas atividades numa fazenda. Tomando por base a pecuária de gado comum, destinada a cria, recria e engorda, diz que cada hectares apresenta uma condição de rentabilidade da ordem de R$ 200 por ano. Na agricultura, com plantações de milho ou soja, a mesma área pode disponibilizar, no máximo, R$ 300. Quando o assunto é Limousin puro, o lucro salta para a casa dos R$ 5.000.

Para esclarecer, ele considera uma propriedade de 40 ha, com planos para gerar 100 prenhez por ano. Tendo 20 doadoras, num índice de cinco animais puros por vaca, chega – se a um faturamento total de R$ 300 mil. Com um custo por cabeça permeando na faixa dos R$ 1.000, 00, cada cria oferece um valor líquido de R$ 2.000. ” Acredito que a transferência de embriões é um bom negócio para as pequenas fazendas. É um trabalho que vale à pena, finaliza o pecuarista.

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